São Paulo, segunda-feira, 13 de junho de 2011

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Síria invade cidade rebelde e provoca êxodo de mais 5.000

Ocupação militar de Jisr al Shugur faz total de refugiados sírios na Turquia, país mais próximo, subir para 10 mil

EUA acusam regime de Assad de criar crise humanitária; repressão já matou 1.300 desde março, dizem ativistas

Selcan Hacaoglu/Associated Press
Sírio aguarda atendimento médico no campo de refugiados em Yayladagi, na Turquia

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

As tropas do ditador da Síria, Bashar Assad, invadiram ontem, com o apoio de tanques e helicópteros, Jisr al Shugur -no norte do país, próxima à fronteira com a Turquia- e assumiram o controle da cidade rebelde.
Não há informações sobre mortes. Estima-se que a invasão tenha provocado, só ontem, o êxodo de mais 5.000 sírios para o país vizinho; segundo testemunhas, 10 mil sírios estão refugiados no lado turco da fronteira. A cidade tem 50 mil habitantes.
A censura imposta pela Síria à imprensa impede a verificação independente de informações, mas ativistas afirmaram que pelo menos 1.300 pessoas já foram mortas no país desde março, quando começou a onda de revoltas contra Assad, cuja família está no poder desde 1971.
A TV estatal síria afirmou que a operação em Jisr al Shugur visava prender "terroristas" e apreender suas armas. De acordo com o relato oficial, apenas dois integrantes das organizações oposicionistas foram mortos.
O regime sírio acusa "grupos armados" de ter matado mais de 120 membros das forças de segurança do país após manifestações na cidade, em 6 de junho -a invasão militar seria uma forma de retaliação pelas mortes.
No entanto, ativistas pró-democracia e grupos humanitários afirmaram que os soldados foram mortos pelos próprios militares ao se recusarem a atirar contra manifestantes desarmados.

REAÇÃO MUNDIAL
Os EUA acusaram as autoridades sírias de criar uma "crise humanitária" ao reprimir os protestos com violência e impedir o acesso de ajuda humanitária a refugiados.
Em comunicado, o país pediu que o governo sírio interrompa a violência. A União Europeia também exigiu o fim da repressão e a libertação de presos políticos.
Na semana passada, as negociações para aprovar resolução no Conselho de Segurança da ONU condenando a Síria não avançaram, uma vez que Rússia e China -que têm poder de veto- não concordam com pontos do texto, assim como o Brasil, membro rotativo do conselho.


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