São Paulo, segunda-feira, 13 de junho de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros Premiê turco é eleito para seu 3º mandato consecutivo Recep Tayyip Erdogan obtém votação recorde, mas não atinge "supermaioria" para alterar texto da Constituição unilateralmente MARCELO NINIO DE JERUSALÉM O partido governista Justiça e Desenvolvimento (AK) obteve mais de metade dos votos em eleição ontem na Turquia, dando ao premiê Recep Tayyip Erdogan o terceiro mandato consecutivo. Apesar da indiscutível vitória, o AK não alcançou a "supermaioria" de dois terços no Parlamento que almejava para poder reescrever a Constituição sem a necessidade de um referendo. No discurso da vitória, Erdogan buscou afastar os temores de que o apoio recebido nas urnas servirá para fortalecer a agenda conservadora do AK, de raízes islâmicas. "Nós iremos acolher a todos, os que votaram no AK ou não", disse. Erdogan mandou um recado aos militares, que entre 1960 e 1980 protagonizaram três golpes de Estado no país. "A Turquia das gangues é coisa do passado". Apuradas 99,8% das urnas, o partido tinha 49,9% dos votos, o equivalente a 325 do total de 550 cadeiras do Parlamento. É a maior votação obtida pelo AK desde sua chegada ao poder, em 2002, mas faltaram 41 cadeiras para ter a "supermaioria". A redação de uma nova Constituição foi um tema dominante na campanha dos principais partidos, cada um prometendo reformas democráticas no documento aprovado após o golpe de 1980. A vitória incontestável do partido governista foi alavancada principalmente pelo sucesso econômico da Turquia, que triplicou a renda per capita desde 2002, mas também pelo carisma populista do premiê, o que para alguns desperta receios. O restante do Parlamento será representado pelo secular Partido Republicano Popular (CHP), que recebeu 26% dos votos, pelo direitista Partido do Movimento Nacionalista (MHP), que teve 13%, e pelo pró-curdo Partido Paz e Democracia, com 5,9%. Em discurso, o premiê manifestou apoio aos protestos pró-democracia no mundo árabe, incluindo a Síria, onde a repressão levou milhares a fugir para a Turquia. Texto Anterior: Americano de meia-idade diz ser a 'garota gay de Damasco' Próximo Texto: Análise: Erdogan é popular no mundo árabe, mas revoltas desafiam seu papel de mediação Índice | Comunicar Erros

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.