|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
GUERRA SEM LIMITES
8 detidos em Milão poderiam ter falsificado os documentos usados por sequestradores de 11 de setembro
Itália prende suspeitos de forjar papéis para terroristas
DA REDAÇÃO
A polícia da Itália prendeu oito
homens suspeitos de terem fornecido documentos de identidade
falsos a membros da rede terrorista Al Qaeda, do saudita Osama
bin Laden, disse ontem um investigador de alto escalão italiano.
Os oito foram presos anteontem
em Milão. Havia nove suspeitos,
mas um escapou da captura. Com
exceção de um deles, todos são
muçulmanos do norte da África.
Segundo Massimo Mazza, chefe
da divisão de operações especiais
da polícia de Milão, a Digos, eles
podem ter fornecido documentos
falsos para alguns dos sequestradores que realizaram os ataques
de 11 de setembro nos EUA.
"No momento, não temos documentos ou dados objetivos que
provem isso. Mas temos gravações de conversas telefônicas que
alimentaram essa suspeita", disse.
Ele acrescentou que os oito forneceram "a cobertura secreta vital
para criminosos terroristas".
Segundo a polícia, o grupo vendia passaportes, vistos de residência e documentos de identidade
italianos falsos. Eles também forjavam documentos britânicos,
franceses, alemães, espanhóis e
belgas, afirmou Mazza.
"Eles cobravam entre 100 e
200, até 550, dependendo de
qual era o documento e de que
país", disse Stefano Chirico, o investigador da Digos que coordenou a operação de prisões. "Eles
produziam uma média de 50 documentos a cada dez dias."
Mazza disse a repórteres que os
suspeitos tinham ligações com
outro grupo de falsificadores, descoberto no ano passado, "que claramente tinha ligações com organizações terroristas".
Segundo ele, investigações estão
sendo conduzidas em toda a
União Européia para determinar
os destinatários dos documentos
falsificados.
Dois dos presos anteontem
eram irmãos marroquinos
-Mohamed Kazdari, 36, e Said
Kazdari, 32- que já haviam sido
presos em março do ano passado
por falsificação e que cumpriram
penas em uma prisão italiana.
Os outros eram os marroquinos
Mohamed Ouad, 35, conhecido
como Hamid, Mustapha Ouad,
28, Abdelali Kisra, 34, conhecido
como Ali, e Abdellah Grich, 29; o
tunisiano Ben Salem Rafik Touati,
33, e o romeno Joan Benone Danci, 38. Eles seriam interrogados
hoje de manhã em Milão.
Na semana passada, um tribunal milanês começou a julgar outros supostos integrantes de grupos islâmicos acusados de formação de quadrilha e falsificação de
documentos. Os réus negam as
acusações.
Funcionários do governo dos
EUA disseram acreditar que um
centro cultural islâmico ligado a
uma mesquita em Milão tenha sido usado como a principal base
da Al Qaeda na Europa. Líderes
muçulmanos negaram.
Na quarta-feira, jornais italianos afirmaram que investigadores haviam descoberto um plano
da Al Qaeda para atacar uma igreja em Veneza, o Vaticano e missões diplomáticas americanas na
Europa no ano passado.
Os planos teriam sido suspensos abruptamente dois meses antes dos ataques de 11 de setembro,
e os investigadores temem, segundo relatos na imprensa, que
eles tenham sido reativados.
Ontem, medidas de segurança
foram intensificadas nos antigos
guetos judaicos de Veneza e Roma (leia texto ao lado).
Com agências internacionais
Texto Anterior: Campo de refugiados será fechado Próximo Texto: Segurança é intensificada em gueto de Veneza Índice
|