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RELIGIÃO
Revista publica imagens com cenas entre líderes religiosos e seminaristas; para bispo, são "brincadeiras juvenis"
Fotos eróticas em seminário abalam igreja austríaca
DA REDAÇÃO
A Igreja Católica austríaca
anunciou ontem que fará uma investigação interna sobre relatos
de homossexualismo entre clérigos e seminaristas de Sankt Pölten, na região de Viena. A decisão
foi tomada depois de a "Profil",
uma das principais revistas do
país, ter publicado fotos com líderes religiosos acariciando e beijando estudantes internos.
"A igreja decidiu investigar o assunto aprofundadamente, discutir e avaliar os resultados dessa investigação e tirar as conclusões
necessárias", disse a instituição,
em nota.
A revista informou que os investigadores encontraram ao menos 40 mil fotos de conteúdo pornográfico no seminário. Também
foram achados vídeos eróticos.
Numa das fotos, o então vice-reitor do seminário de Sankt Pölten, Wolfgang Rothe, aparece beijando a boca de um seminarista.
Em outra imagem, o reitor, Ulrich Kuechl, está com a mão direita sobre o órgão sexual de outro
seminarista enquanto olha em direção à câmera.
O reitor do seminário e seu assistente renunciaram aos cargos
após a divulgação do escândalo.
A política confirmou que havia
apreendido dezenas de milhares
de fotos pornográficas encontradas nos computadores de alguns
estudantes do seminário, localizado a cerca de 80 km de Viena.
A revista "Profil" assegura que
existem fotos de orgias e jogos sexuais e que a pornografia infantil
vinha de sites da internet, versão
que coincide com o que foi divulgado até agora pela polícia.
"Brincadeiras juvenis"
O conservador Kurt Krenn, polêmico bispo da diocese de Sankt
Pölten, disse, em entrevista à TV
austríaca ORF, ter visto uma foto
na qual o diretor do seminário
aparece acariciando outro homem vestido, mas nega que a cena tenha conteúdo homossexual.
"Essas fotos são apenas brincadeiras juvenis", disse Krenn, que
disse que não planeja renunciar
devido ao escândalo.
Krenn, cuja proximidade com o
Vaticano levou o papa João Paulo
2º a visitar sua modesta diocese,
em 1998, tem sido rotineiramente
classificado por grupos católicos
leigos de ultraconservador.
A Conferência dos Bispos Austríacos disse anteontem que a
igreja tinha "uma necessidade urgente de agir" em razão dos supostos escândalos no seminário
de Sankt Pölten.
Analistas, no entanto, afirmam
que é necessário distinguir, por
um lado, fatos criminais como
pornografia infantil e pedofilia,
que têm conseqüências legais, e,
por outro, atos homossexuais entre adultos, nos quais está em jogo
a questão da disciplina eclesiástica, que prevê o celibato, e a da
censura severa da igreja ao homossexualismo.
Rotina
A igreja tem sido abalada por
uma série de escândalos sexuais
em todo o mundo. Nos Estados
Unidos, casos de abuso provocaram milhões de dólares em indenizações e enfureceram fiéis.
Na Áustria, a mesma revista
"Profil" publicou em 1995 acusações de que o cardeal Hans Hermann Groer, à época líder da igreja na Áustria, abusava sexualmente de seminaristas.
O Vaticano o substituiu meses
mais tarde, e Groer se aposentou
em um monastério.
Com agências internacionais
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