São Paulo, quinta-feira, 13 de julho de 2006

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Programa nuclear do Irã volta a ser foco do Conselho de Segurança

Resolução com possíveis sanções será debatida na próxima semana na ONU

DA REDAÇÃO

Por crerem que o Irã tenta ganhar tempo e não responderá à proposta que apresentaram há seis semanas, as potências que tentam negociar com o regime islâmico seu programa nuclear decidiram ontem reencaminhar o tema ao Conselho de Segurança da ONU. A decisão foi tomada em Paris pelos chefes das diplomacias dos EUA, da Rússia, do Reino Unido, da China, da França (membros permanentes do CS), da Alemanha e da União Européia.
No início de junho o grupo apresentou a Teerã um plano pelo qual o Irã receberia tecnologia nuclear para fins civis em troca de suspender seu programa de enriquecimento de urânio. O governo iraniano diz que a meta do programa nuclear é produzir energia, mas os EUA, a UE e outros países temem que seja produzir a bomba.
Teerã prometeu uma resposta até 22 de agosto, prazo que o grupo julgou descabido.
Segundo a agência Reuters de notícias, o CS iniciará nesta segunda uma discussão sobre sanções contra o país e deve votar uma resolução nesse sentido no decorrer da semana.
A primeira tentativa de votar sanções contra o Irã esbarrou na resistência da China e da Rússia, que têm interesses econômicos no país. Mas, ontem, os chanceleres de Pequim e Moscou não fizeram objeções -é previsível, no entanto, que eles continuem a se opor a um embargo comercial e aceitem só uma resolução mais branda.
Falando em nome do grupo, o chanceler francês, Philippe Douste-Blazy, disse que, diante do silêncio iraniano, não restava alternativa a não ser enviar o assunto ao CS.
O prazo para que o Irã respondesse à proposta terminava nesta semana, antes da reunião do G8 (países mais industrializados) no fim de semana em São Petersburgo (Rússia).
"Os iranianos não deram nenhuma indicação de estarem preparados para se comprometer com a nossa proposta", disse o ministro francês. Já o chefe da diplomacia alemã, Frank-Walter Steinmeier, diz que ainda vê espaço para negociar. "Não fechamos ainda a porta para as negociações", afirmou.


Com agências internacionais


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