|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EUA julgam mineradora acusada de pagar "paras"
Ação é pela morte de 3 sindicalistas colombianos
DA REDAÇÃO
Uma corte civil do Alabama
(EUA) iniciou nesta semana o
julgamento da mineradora
americana Drummond, acusada de financiar paramilitares
na Colômbia que assassinaram,
em 2001, três líderes sindicais
do país que se opunham a políticas da companhia.
O caso da Drummond, que
opera a segunda maior mina de
carvão a céu aberto da Colômbia, ocorre depois que a empresa agrícola Chiquita Brands,
também americana, aceitou
pagar US$ 25 milhões em multas após admitir à Justiça dos
EUA ter feito pagamentos a paramilitares em troca de proteção, entre 1994 e 2004.
Os pagamentos eram destinados às AUC (Autodefesas
Unidas da Colômbia), então
principal rede "para", consideradas grupo terrorista pelos
EUA desde 2001.
À corte, o advogado dos familiares dos sindicalistas, Herman Johnson, afirmou que a
Drummond ajudou as AUC
com dinheiro e equipamentos.
A empresa, com sede no Alabama, nega qualquer vínculo com
paramilitares e diz que as acusações não são "críveis".
Ontem, no segundo dia do
julgamento, Juan Aguas Romero, secretário de dois sindicatos
colombianos, disse ter sido
ameaçado por Augusto Jimenez, presidente das operações
da Drummond na Colômbia.
O julgamento é considerado
um marco porque, se a mineradora for declarada culpada, o
caso abrirá precedente para
que companhias americanas
sejam processadas nos EUA
por supostos abusos dos direitos humanos em outros países.
É a primeira vez que uma ação é
baseada na Lei sobre Tortura
de Estrangeiros, de 1789.
Em março de 2001, paramilitares emboscaram um ônibus
da Drummond que transportava os líderes sindicais Valmore
Locarno e Victor Orcasita. Locarno foi morto com um tiro na
cabeça. Orcasita, torturado e
depois assassinado. Um terceiro líder sindical, Gustavo Soler,
foi achado morto em outubro.
À época, sustenta a acusação,
o sindicato dos mineiros negociava com a Drummond para
melhoria na segurança, dias depois da morte de três trabalhadores em uma mina. Segundo o
advogado Herman Johnson,
paramilitares estavam então na
companhia fazendo a segurança, e o sindicato era visto como
"uma ameaça". Na semana passada, o ex-paramilitar Edwin
Guzman disse que a Drummond e outras empresas forneciam combustível às AUC.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: [+]FARC: Cinco morrem em tentativa de resgate de empresário Índice
|