São Paulo, sexta-feira, 13 de julho de 2007

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EUA julgam mineradora acusada de pagar "paras"

Ação é pela morte de 3 sindicalistas colombianos

DA REDAÇÃO

Uma corte civil do Alabama (EUA) iniciou nesta semana o julgamento da mineradora americana Drummond, acusada de financiar paramilitares na Colômbia que assassinaram, em 2001, três líderes sindicais do país que se opunham a políticas da companhia.
O caso da Drummond, que opera a segunda maior mina de carvão a céu aberto da Colômbia, ocorre depois que a empresa agrícola Chiquita Brands, também americana, aceitou pagar US$ 25 milhões em multas após admitir à Justiça dos EUA ter feito pagamentos a paramilitares em troca de proteção, entre 1994 e 2004.
Os pagamentos eram destinados às AUC (Autodefesas Unidas da Colômbia), então principal rede "para", consideradas grupo terrorista pelos EUA desde 2001.
À corte, o advogado dos familiares dos sindicalistas, Herman Johnson, afirmou que a Drummond ajudou as AUC com dinheiro e equipamentos. A empresa, com sede no Alabama, nega qualquer vínculo com paramilitares e diz que as acusações não são "críveis".
Ontem, no segundo dia do julgamento, Juan Aguas Romero, secretário de dois sindicatos colombianos, disse ter sido ameaçado por Augusto Jimenez, presidente das operações da Drummond na Colômbia.
O julgamento é considerado um marco porque, se a mineradora for declarada culpada, o caso abrirá precedente para que companhias americanas sejam processadas nos EUA por supostos abusos dos direitos humanos em outros países. É a primeira vez que uma ação é baseada na Lei sobre Tortura de Estrangeiros, de 1789.
Em março de 2001, paramilitares emboscaram um ônibus da Drummond que transportava os líderes sindicais Valmore Locarno e Victor Orcasita. Locarno foi morto com um tiro na cabeça. Orcasita, torturado e depois assassinado. Um terceiro líder sindical, Gustavo Soler, foi achado morto em outubro.
À época, sustenta a acusação, o sindicato dos mineiros negociava com a Drummond para melhoria na segurança, dias depois da morte de três trabalhadores em uma mina. Segundo o advogado Herman Johnson, paramilitares estavam então na companhia fazendo a segurança, e o sindicato era visto como "uma ameaça". Na semana passada, o ex-paramilitar Edwin Guzman disse que a Drummond e outras empresas forneciam combustível às AUC.


Com agências internacionais


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