São Paulo, domingo, 13 de julho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

saiba mais

Crescida entre exílios, somali adotou Ocidente

DA REDAÇÃO

Holandesa por uma obstinada escolha, Ayaan Hirsi Ali nasceu em Mogadíscio, em 1969. Deixou a capital somali aos oito anos e cresceu exilada na Arábia Saudita, na Etiópia e no Quênia. Seu pai, o antropólogo Hirsi Magan, era um dos líderes da Frente Democrática de Salvação Somali, que se opunha ao regime pró-soviético de Siad Barré [1969-1991].
Aos cinco anos, sofreu mutilação genital -contra a vontade do pai, islamista liberal, então encarcerado. Durante a adolescência, no Quênia, flertou com o fundamentalismo da Irmandade Muçulmana.
Em 1992, exilou-se na Holanda, contando ter vindo diretamente da Somália, dilacerada pela guerra civil. Trabalhou como tradutora de refugiados e, após formar-se em ciência política, tornou-se pesquisadora de um instituto ligado ao Partido Trabalhista, chocando a legenda com suas críticas ao multiculturalismo -que prega a preservação das tradições dos imigrantes.
Insatisfeita, Ali deixou o trabalhismo e, em 2003, tornou-se deputada pelo Partido Liberal. O assassinato do político Pim Fortuyn -expulso da legenda direitista Holanda Habitável por seus comentários antiislâmicos-, chocara os holandeses em 2002, aprofundando a guinada à direita vivida pelo pais.
A deputada somali-holandesa tornou-se uma presença constante na mídia. Em 2004, o cineasta Theo van Gogh foi morto após dirigir o curta "Submissão", escrito por Ali. Um bilhete espetado no cadáver ameaçava a roteirista: "A próxima será você". Desde então, ela vive sob proteção policial.
As mentiras de Ali em seu pedido de asilo vieram a público em um programa de TV, em 2006. A deputada renunciou e mudou-se para os EUA, onde vive atualmente. A Holanda manteve a naturalização.


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Oriente médio: Síria e Líbano concordam em iniciar relações diplomáticas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.