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IRAQUE SOB TUTELA
Americanos atacam em Bagdá, Tal Afar e Ramadi; militantes explodem carros-bomba e lançam morteiros
Ações dos EUA e de insurgentes matam 110
DA REDAÇÃO
Em um dos dias mais violentos
dos últimos meses, 110 pessoas
morreram no Iraque -37 delas
em Bagdá. A maior parte das vítimas é iraquiana. Não há informação de mortos americanos.
Segundo o "Washington Post",
há 80 civis mortos.
A cidade que mais sofreu com a
violência ontem foi Tal Afar, perto da fronteira com a Síria. Ao
menos 51 pessoas morreram. Segundo a agência de notícias Reuters, o comando militar dos EUA
não deu detalhes sobre como teriam ocorrido essas mortes.
Na quinta-feira, os EUA deram
início a uma ampla operação militar em Tal Afar com o objetivo de
retomar o controle da cidade, onde estariam refugiadas dezenas de
guerrilheiros estrangeiros. Ações
similares ocorrem em Fallujah.
Os americanos estariam também negociando com o governo
sírio uma medida para tentar
frear a entrada de militantes anti-EUA no Iraque através da Síria.
O episódio mais violento em
Bagdá ocorreu no centro da cidade. Dois helicópteros dos EUA
lançaram ataque aéreo contra um
grupo de pessoas que estava ao redor de um veículo militar americano em chamas, atirando pedras
e carregando bandeiras amarelas
e pretas de um dos mais violentos
grupos extremistas iraquianos. O
veículo -um Bradley- estava
indo socorrer um militar americano que havia sido ferido em explosão de um carro-bomba no
início da manhã quando foi atacado. Dois tripulantes do veículo foram feridos ao serem atingidos
por uma granada.
Treze pessoas morreram no ataque, a maioria iraquiana. Entre as
vítimas está o palestino Mazen al
Tomeizi, produtor da rede de TV
Al Arabiya, de Dubai. Seif Fouad,
cinegrafista da agência de notícias
Reuters, ficou ferido.
As imagens de Fouad continuaram sendo gravadas enquanto
Tomeizi gritava: "Seif, Seif, eu vou
morrer, eu vou morrer".
Corpos de jovens e de meninos
ficaram estirados na rua. Os EUA
afirmaram que os helicópteros
disparam contra o grupo de pessoas após serem atacados. Porém
não há evidência de que tiros tenham sido disparados do solo.
Ao redor da cidade, ao menos
sete carros-bomba explodiram, e
foram lançados ataques contra
instalações dos EUA -incluindo
a prisão de Abu Ghraib-, nas
quais morreram nove iraquianos.
Os ataques de ontem foram reivindicados pelo grupo Tawhid e
Jihad, ligado à rede terrorista Al
Qaeda e comandado por um dos
principais mentores do terrorismo internacional, o jordaniano
Abu Musab al Zarqawi.
Em comunicado divulgado na
Internet, o grupo afirma ter "a capacidade de surpreender o inimigo e atingir instalações estratégicas no lugar e no momento certo". A autenticidade do comunicado não pôde ser confirmada.
"Estamos presenciando um tremendo crescimento nos ataques",
disse o general dos EUA Erv Lessel. O secretário de Estado dos
EUA, Colin Powell, disse ontem
que a coalizão liderada pelos americanos enfrenta "um momento
difícil no Iraque".
A assessora de segurança nacional dos EUA, Condoleezza Rice,
afirmou que a "violência continuará até as eleições e provavelmente durante". As eleições iraquianas ocorrerão em janeiro.
Em Hilla, a 100 km ao sul de
Bagdá, uma emboscada deixou
três soldados poloneses mortos.
Dez iraquianos morreram em
Ramadi, a oeste de Bagdá, em
operação americana em que foram utilizados helicópteros e tanques. Entre as vítimas há crianças
e mulheres. Ramadi está sob controle de insurgentes.
Com agências internacionais
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