São Paulo, sexta-feira, 13 de outubro de 2000

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REAÇÕES

Árabes condenam "agressão" e "massacre"

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Líderes e manifestantes árabes e islâmicos condenaram os ataques de Israel em Gaza e Cisjordânia e expressaram apoio aos palestinos.
O presidente egípcio, Hosni Mubarak, pediu ontem a Israel que pare com os ataques imediatamente e disse que está disposto a receber o premiê israelense, Ehud Barak, e o líder palestino Iasser Arafat para um encontro de cúpula após o fim da violência.
O presidente sírio, Bachar al Assad, expressou "firme apoio aos palestinos em sua legítima luta para recuperar suas terras e seus direitos". Segundo seu porta-voz, ele afirmou que "as ameaças e ações agressivas israelenses são inúteis, pois Israel sairá perdendo no final".
Desde o início dos atuais conflitos, Israel vem perdendo parte da melhora que obteve nas suas relações com os países árabes desde o início do processo de paz.
O governo de Omã anunciou ontem que fechará seu escritório comercial em Tel Aviv e a missão israelense no país em protesto contras as ações de Israel. O sultanato condenou "os massacres brutais" de palestinos.
Omã e Qatar são os únicos países do golfo Pérsico que mantêm algum tipo de relação oficial com Israel. Mas as ligações com o país, iniciadas após a assinatura dos acordos de Oslo (93), não chegaram à normalização diplomática.
Após reunião ontem em Sharm al Sheikh (Egito), o rei Abdullah 2º, da Jordânia, e Mubarak pediram o fim dos atos de violência contra a população palestina. Segundo a agência jordaniana de notícias "Petra", eles condenaram "a ameaça e a violência que tentam pôr fim às esperanças de paz e de estabilidade na região".
Jordânia e Egito assinaram acordos de paz com Israel e são os únicos países árabes a manter relações diplomáticas regulares com o Estado judeu.
A Turquia, país de maioria muçulmana, pediu "o fim imediato das ações israelenses, em vista do extremo perigo que elas representam para toda a região".
A crise será o tema principal da cúpula da Liga Árabe, nos dias 21 e 22, no Cairo. Será a primeira reunião da Liga Árabe que contará com representante iraquiano em vários anos, mostrando que a velha rivalidade com Israel ainda é capaz de unir os interesses conflitantes dos líderes árabes.
O secretário-geral da liga, Esmat Abdel Meguid, afirmou que "a cúpula árabe não ficará de braços cruzados diante das práticas israelenses, e todas as opções estão abertas aos dirigentes árabes".
Outro fator agravante é o sequestro de três soldados israelenses pelo grupo extremista islâmico libanês Hizbollah, no sábado. Israel afirma que considera o Líbano e a Síria (que domina o governo libanês) responsáveis pelo bem-estar dos soldados.
O Hizbollah afirma que quer trocar os israelenses por libaneses e palestinos detidos em Israel.


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