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EUA
Empate técnico nas pesquisas continua, mas a vantagem é do republicano
Bush agrada mais no segundo debate
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
Foi mais um encontro de cavalheiros do que um debate, e o empate continua, mas agora a vantagem na corrida presidencial norte-americana está claramente
com o candidato republicano, o
texano George W. Bush.
Segundo pesquisas instantâneas feitas após o encontro de anteontem à noite com o democrata
Al Gore, o governador do Texas se
saiu melhor, embora sempre dentro da margem de empate técnico
ou bem próximo disso.
No levantamento da emissora
NBC, 40% acharam que Bush teve
desempenho superior, contra
37% de Gore. Para a concorrente
CBS, a diferença foi menor: 51%
para Bush e 48% para o vice-presidente de Bill Clinton.
Já os resultados da CNN/"USA
Today"/Gallup dão vantagem
mais clara ao governador: 49% a
36%. Idem para os ouvidos pela
emissora ABC, que deram a vitória para Bush (46% contra 30%).
A margem de erro das quatro pesquisas é de 4 a 5 pontos percentuais para mais ou menos.
Na última pesquisa de intenção
de voto divulgada pelo jornal
"The Washington Post" e pela TV
ABC, feita antes do debate, o republicano aparece com 48%, contra 45% do democrata. A margem
de erro é de três pontos percentuais.
O debate de ontem foi o segundo dos três previstos. Aconteceu
na capela da Universidade Wake-Forest, em Winston-Salem (Carolina do Norte). O próximo deve
ocorrer nesta terça-feira, dia 17.
Os americanos vão às urnas no
dia 7 de novembro.
Novamente mediado pelo jornalista Jim Lehrer, 66, que comanda o programa "Newshour"
na rede pública PBS, o encontro
teve formato diferente. Em vez de
púlpitos, os candidatos sentaram
lado a lado numa mesa, intercalados pelo mediador.
Respondiam a perguntas diretas de Lehrer por no máximo dois
minutos. O formato ajudou a diminuir a agressividade das respostas e deu um ar mais de conversa; a metodologia vai valer
também para o último debate,
com a diferença de que a platéia
poderá fazer perguntas.
Política externa
O encontro de anteontem começou com ambos discutindo a
política externa norte-americana,
mais concordando do que discordando nas questões em debate.
Ambos acharam correta a ação
americana na crise do Oriente
Médio e disseram que os EUA devem continuar a manter laços estreitos com Israel.
Também concordaram com a
ação americana na Iugoslávia, dizendo que, se não fosse o uso de
força da Otan contra os sérvios,
Slobodan Milosevic não teria sido
derrotado nas última eleições.
Havia entre os dois, no entanto,
uma diferença de tom. Enquanto
Bush dizia que os interesses norte-americanos deveriam ser defendidos a todo o custo, Gore relativizava, dando a entender que a
soberania dos Estados deveria ser
sempre levada em conta.
Ontem, os dois candidatos se
manifestaram a respeito do provável ataque a um navio da Marinha norte-americana no Iêmen.
"Tem de haver uma reação", disse
Bush. "Essa é uma situação que
vai levar a uma resposta", afirmou
Al Gore.
Erros
Depois de uma provocação do
filho do ex-presidente George
Bush, o vice de Bill Clinton pediu
desculpas por ter "se enganado
nos detalhes" numa resposta no
debate anterior, erro que foi repisado durante toda a semana pelos
assessores de seu adversário.
Al Gore havia dito que acompanhara o diretor da agência federal
de emergência James Lee Witt ao
Texas durante incêndios recentes.
Na verdade, ele esteve no Estado
durante o ocorrido, mas não
acompanhado de Witt. "Sinto
muito por isso", disse Gore.
Um pouco antes, no mesmo debate, foi a vez de Bush se enganar.
Justificando sua defesa da pena de
morte, disse que os três homens
brancos que mataram o negro James Byrd Jr., no Texas, sofreriam
a pena capital.
Na verdade, um deles foi condenado à prisão perpétua. "Escute,
todos nós erramos", disse Bush ao
ser avisado da gafe numa entrevista à ABC logo após o debate.
Ele não fez comparações com o
engano de Gore -os dois, de resto, são irrelevantes.
Bush descontraído
Desta vez, era Bush (de novo de
gravata vermelha) quem estava
mais descontraído, e Gore (de
gravata azul), mais tenso. No final, o governador chegou mesmo
a brincar com sua já famosa dificuldade com palavras difíceis.
"Você sabe, eu sou conhecido
por mutilar uma "syllable" ou outra", disse Bush, pronunciando
errado de propósito a palavra sílaba em inglês -o correto é "sílabou", Bush falou "sáilabou". Foi a
segunda vez na noite que a platéia
riu com o candidato republicano.
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