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RÚSSIA
Tragédia em escola pode reavivar conflito étnico
Luto acaba, e parte dos moradores de Beslan promete vingar mortes
DA REDAÇÃO
Velas, flores, orações e pedidos
de vingança contra o grupo étnico
inguche marcaram ontem o fim
do luto de 40 dias em Beslan, cidade na república russa da Ossétia
do Norte. No dia 3 de setembro
mais de 330 pessoas, metade delas
crianças, morreram após serem
feitas reféns em uma escola local.
O terrorista tchetcheno Shamil
Basayev assumiu a autoria do seqüestro. Porém, entre os sequestradores, estavam nove inguches,
cuja república faz fronteira com a
Ossétia do Norte.
Autoridades temem uma onda
de violência após o luto. "Não
acredito que os culpados venham
a ser punidos. A guerra vai começar", disse um morador de Beslan
que não quis se identificar.
Por precaução, o governo decidiu enviar centenas de policiais
para a região.
Líderes locais pediram calma.
"O objetivo desse ataque terrorista era incitar um conflito étnico.
Se houver uma guerra entre a Inguchétia e a Ossétia, os terroristas
terão sua vitória", disse Sufiyan
Beppaev, que lidera um conselho
regional sobre diversidade étnica.
Ruslan Auschev, ex-presidente da
Inguchétia, tem declarado que
uma revanche poderia desestabilizar todo o Cáucaso.
Autoridades da Inguchétia afirmam que do outro lado da fronteira a tensão também é grande na
expectativa de um conflito armado. As viagens de ida e volta à Ossétia foram interrompidas.
Nas paredes do ginásio onde os
reféns foram mantidos, bichinhos
de pelúcia dividem espaço com
grafites pedindo vingança. Garrafas de refrigerante e doces são deixados no local para lembrar as
privações dos seqüestrados.
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