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ELEIÇÃO NOS EUA
Eleitor apóia candidatos do partido de Clinton e rejeita impeachment
Apesar do caso Lewinsky, cresce apoio a democratas
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
de Washington
Pesquisa publicada ontem pelo
jornal "The Washington Post", 1
dos 5 mais influentes do país, mostra que a maioria da opinião pública norte-americana desaprova a
condução do processo de impeachment do presidente Bill Clinton pelo Congresso dos EUA.
Pela primeira vez desde que Clinton admitiu, em 17 de agosto, ter tido "relação não apropriada" com
Monica Lewinsky, uma pesquisa
indica que, entre pessoas dispostas
a votar nas eleições parlamentares
de 3 de novembro, o apoio a candidatos do Partido Democrata, do
governo, cresceu.
O voto nos EUA não é obrigatório. Por isso, embora Clinton tenha
mantido durante todo o escândalo
o apoio da maioria dos eleitores
nas pesquisas de opinião pública,
entre as pessoas mais dispostas a
votar em novembro a oposição vinha ganhando muitos pontos devido ao caso Lewinsky.
Em geral, entre 33% e 40% dos
eleitores votam em pleitos parlamentares de meio de mandato presidencial, como o deste ano. Os
que comparecem a essas eleições
costumam ser mais idosos, conservadores, brancos e homens.
Esse é o perfil do eleitor do Partido Republicano, de oposição.
Além disso, o escândalo Lewinsky
energizou as lideranças religiosas,
que se mobilizaram para transformar as eleições num referendo sobre o comportamento moral de
Clinton no escândalo Lewinsky.
A divulgação do vídeo com o depoimento de Clinton ao júri de inquérito do caso, no entanto, marcou uma reviravolta na opinião
pública. Cresceu o número dos que
acham que o Congresso, controlado pela oposição, está usando o
episódio para fins políticos.
Além disso, segundo a pesquisa
do "Post", muitos eleitores do Partido Democrata que estavam desanimados em relação à perspectiva
de votar em novembro mudaram
de idéia e agora acham importante
comparecer às urnas.
A pesquisa do "Post" não faz previsões sobre perdas ou ganhos dos
dois partidos no Congresso. Mas
analistas que apenas um mês atrás
achavam que a oposição poderia
ampliar sua maioria em 30 cadeiras na Câmara (atualmente a vantagem é de 22) e seis no Senado (a
atual é de dez), agora revisam esses
números para dez cadeiras a mais
na Câmara e três no Senado.
O índice de aprovação do governo Clinton, segundo a pesquisa do
"Post", passou de 63% na semana
retrasada para 67% há dois dias.
O presidente é quem fala agora
em referendo a respeito das eleições de novembro. Não sobre o seu
comportamento moral, mas sobre
a maneira como o Congresso, dominado pela oposição, vem agindo
(na opinião de Clinton, interessado apenas em política partidária).
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