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Território está sob isolamento
DO "NEW YORK TIMES", EM GAZA
Miriam Ashour completará 18 anos em novembro,
e fala inglês com pouquíssimo sotaque. Ela conseguiu uma bolsa de estudos
para o curso de graduação
em administração de empresas do Columbia College, na Carolina do Sul. Mas
terá de perder ao menos o
primeiro semestre letivo.
Ashour é uma dos 670 estudantes da faixa de Gaza
matriculados em escolas
no exterior que não conseguiram permissão para
deixar o território.
O total inclui seis bolsistas da Fundação Fulbright, entre os quais Ashour. Ao menos 35 deles
estão matriculados em
instituições educacionais
americanas, de acordo
com o Gisha, grupo israelense que abriu um processo em nome dos estudantes na Corte Suprema.
Israel e Egito restringiram o movimento de bens
e pessoas de e para a faixa
de Gaza desde que o Hamas assumiu o controle do
território, em junho. Os
principais pontos de travessia de mercadorias estão fechados, da mesma
forma que o posto de travessia de pessoas em Rafah, na fronteira com o
Egito. Só o posto de fronteira em Kherem Shalom,
sob controle israelense,
continua sendo utilizado.
Israel classificou Gaza
como "entidade hostil" e
está adotando medidas de
redução do suprimento de
energia que fornece ao território, enquanto permite
a passagem de produtos
essenciais, na esperança
de colocar pressão sobre o
Hamas a fim de deter os
ataques constantes com
foguetes da faixa de Gaza
contra Israel. Dessa forma, Gaza está isolada tanto em termos econômicos
quanto militares.
De acordo com as Nações Unidas, cerca de 74
caminhões carregados de
produtos entraram em
Gaza por dia no mês de outubro, ante a média de 253
em abril. As conseqüências são uma redução da
atividade econômica combinada a severos aumentos de preços até mesmo
para alimentos básicos como a farinha, óleo de cozinha e carne de frango.
A renda média dos não-refugiados que vivem em
Gaza caiu 22% desde junho, e 70% deles sobrevivem agora com menos de
US$ 1,20 por dia, ante 55%
em junho, de acordo com o
Programa Mundial de Alimentos. Desde junho, os
preços do trigo tiveram alta de 40%, os do pão subiram 20% e os do arroz,
15%. Mas, devido à incapacidade de exportar, os preços dos legumes caíram
em 30%, o que prejudica
ainda mais o setor agrícola
do território.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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