São Paulo, terça-feira, 13 de novembro de 2007

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Território está sob isolamento

DO "NEW YORK TIMES", EM GAZA

Miriam Ashour completará 18 anos em novembro, e fala inglês com pouquíssimo sotaque. Ela conseguiu uma bolsa de estudos para o curso de graduação em administração de empresas do Columbia College, na Carolina do Sul. Mas terá de perder ao menos o primeiro semestre letivo.
Ashour é uma dos 670 estudantes da faixa de Gaza matriculados em escolas no exterior que não conseguiram permissão para deixar o território.
O total inclui seis bolsistas da Fundação Fulbright, entre os quais Ashour. Ao menos 35 deles estão matriculados em instituições educacionais americanas, de acordo com o Gisha, grupo israelense que abriu um processo em nome dos estudantes na Corte Suprema.
Israel e Egito restringiram o movimento de bens e pessoas de e para a faixa de Gaza desde que o Hamas assumiu o controle do território, em junho. Os principais pontos de travessia de mercadorias estão fechados, da mesma forma que o posto de travessia de pessoas em Rafah, na fronteira com o Egito. Só o posto de fronteira em Kherem Shalom, sob controle israelense, continua sendo utilizado.
Israel classificou Gaza como "entidade hostil" e está adotando medidas de redução do suprimento de energia que fornece ao território, enquanto permite a passagem de produtos essenciais, na esperança de colocar pressão sobre o Hamas a fim de deter os ataques constantes com foguetes da faixa de Gaza contra Israel. Dessa forma, Gaza está isolada tanto em termos econômicos quanto militares.
De acordo com as Nações Unidas, cerca de 74 caminhões carregados de produtos entraram em Gaza por dia no mês de outubro, ante a média de 253 em abril. As conseqüências são uma redução da atividade econômica combinada a severos aumentos de preços até mesmo para alimentos básicos como a farinha, óleo de cozinha e carne de frango.
A renda média dos não-refugiados que vivem em Gaza caiu 22% desde junho, e 70% deles sobrevivem agora com menos de US$ 1,20 por dia, ante 55% em junho, de acordo com o Programa Mundial de Alimentos. Desde junho, os preços do trigo tiveram alta de 40%, os do pão subiram 20% e os do arroz, 15%. Mas, devido à incapacidade de exportar, os preços dos legumes caíram em 30%, o que prejudica ainda mais o setor agrícola do território.


Tradução de PAULO MIGLIACCI


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