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Brasília doa US$ 15 mi; Lula lamenta tragédia
SIMONE IGLESIAS
JOHANNA NUBLAT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo brasileiro definiu
ontem uma ajuda financeira
inicial de US$ 15 milhões ao
Haiti, mandou à noite um avião
com 14 toneladas de medicamentos e alimentos e hoje, envia ao Haiti 50 bombeiros (30
do Rio de Janeiro e 20 de Brasília) e cães farejadores para ajudar na localização de feridos e
de corpos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou luto oficial
de três dias pelas mortes de
brasileiros no Haiti e, no começo da manhã, convocou reunião
de emergência com os ministros Jobim, Celso Amorim (Relações Exteriores), Jorge Armando Felix (Gabinete de Segurança Institucional), Franklin Martins (Comunicação) e
Dilma Rousseff (Casa Civil).
O governo criou um gabinete
da crise comandado por Felix
para centralizar as informações
que cheguem do Haiti e medidas tomadas pelo governo para
ajudar o país.
Em discurso à tarde, o presidente pediu um minuto de silêncio e lamentou a tragédia.
Em seguida, conversou por telefone com o presidente Barack
Obama para definir ajuda conjunta de Brasil, EUA e ONU.
O governo brasileiro estima
que 1.310 brasileiros vivam no
Haiti -1.266 deles militares.
Segundo uma informação recebida pelo Itamaraty, a maioria
das religiosas brasileiras no
país, cerca de 12, estaria bem.
Não houve mortes entre os funcionários da embaixada brasileira, mas o prédio foi danificado e não poderá ser utilizado.
Amorim afirmou que um dos
grandes problemas a ser enfrentado será a coordenação da
distribuição da ajuda.
"As instituições no Haiti são
frágeis, a ONU teve a sua sede
destruída, o enviado especial
do secretário-geral [da ONU,
Ban Ki-Moon] é dado como desaparecido", afirmou. Foi sobre
essa coordenação de esforços
que o chanceler brasileiro conversou, ontem, com o secretário-geral da ONU e com a secretária de Estado americano, Hillary Clinton.
Lula lamentou a tragédia, dizendo que os haitianos não mereciam tamanha desgraça.
"Propus a Obama que o Brasil
está disposto a participar junto
com os EUA e com a ONU na
coordenação de uma reunião
dos países doadores para que a
gente possa agilizar logo o que
for necessário de recursos para
recuperar o Haiti."
Idalbert Pierre-Jean, embaixador do Haiti no Brasil, disse
que espera a cooperação brasileira também na forma de medicamentos, vacinas, alimentos, maquinário de peso (para
remover escombros) e corpo de
bombeiros.
"As necessidades do Haiti
hoje são infinitas", disse ele.
Pierre-Jean não havia conseguido contato nem com o governo haitiano nem com sua
própria família até o início da
tarde de ontem.
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