São Paulo, quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

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Brasília doa US$ 15 mi; Lula lamenta tragédia

SIMONE IGLESIAS
JOHANNA NUBLAT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo brasileiro definiu ontem uma ajuda financeira inicial de US$ 15 milhões ao Haiti, mandou à noite um avião com 14 toneladas de medicamentos e alimentos e hoje, envia ao Haiti 50 bombeiros (30 do Rio de Janeiro e 20 de Brasília) e cães farejadores para ajudar na localização de feridos e de corpos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou luto oficial de três dias pelas mortes de brasileiros no Haiti e, no começo da manhã, convocou reunião de emergência com os ministros Jobim, Celso Amorim (Relações Exteriores), Jorge Armando Felix (Gabinete de Segurança Institucional), Franklin Martins (Comunicação) e Dilma Rousseff (Casa Civil).
O governo criou um gabinete da crise comandado por Felix para centralizar as informações que cheguem do Haiti e medidas tomadas pelo governo para ajudar o país.
Em discurso à tarde, o presidente pediu um minuto de silêncio e lamentou a tragédia. Em seguida, conversou por telefone com o presidente Barack Obama para definir ajuda conjunta de Brasil, EUA e ONU.
O governo brasileiro estima que 1.310 brasileiros vivam no Haiti -1.266 deles militares. Segundo uma informação recebida pelo Itamaraty, a maioria das religiosas brasileiras no país, cerca de 12, estaria bem. Não houve mortes entre os funcionários da embaixada brasileira, mas o prédio foi danificado e não poderá ser utilizado.
Amorim afirmou que um dos grandes problemas a ser enfrentado será a coordenação da distribuição da ajuda.
"As instituições no Haiti são frágeis, a ONU teve a sua sede destruída, o enviado especial do secretário-geral [da ONU, Ban Ki-Moon] é dado como desaparecido", afirmou. Foi sobre essa coordenação de esforços que o chanceler brasileiro conversou, ontem, com o secretário-geral da ONU e com a secretária de Estado americano, Hillary Clinton.
Lula lamentou a tragédia, dizendo que os haitianos não mereciam tamanha desgraça. "Propus a Obama que o Brasil está disposto a participar junto com os EUA e com a ONU na coordenação de uma reunião dos países doadores para que a gente possa agilizar logo o que for necessário de recursos para recuperar o Haiti."
Idalbert Pierre-Jean, embaixador do Haiti no Brasil, disse que espera a cooperação brasileira também na forma de medicamentos, vacinas, alimentos, maquinário de peso (para remover escombros) e corpo de bombeiros.
"As necessidades do Haiti hoje são infinitas", disse ele. Pierre-Jean não havia conseguido contato nem com o governo haitiano nem com sua própria família até o início da tarde de ontem.


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