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Presidente sérvio responsabiliza Corte de Haia por morte de ditador
DA REDAÇÃO
Em meio a teorias conspiratórias que creditam a morte de Slobodan Milosevic a um assassinato
por envenenamento ou a um suicídio a fim de não ser condenado,
as quais ganharam fôlego após as
informações reveladas pelo toxicologista holandês Donald Uges,
o presidente da Sérvia, Boris Tadic, afirmou que as Nações Unidas são parcialmente responsáveis pela morte do ditador.
"Sem dúvida, Milosevic precisava que mais cuidado fosse tomado com sua saúde", disse Tadic.
O presidente sérvio disse ainda
que, apesar de a morte de Milosevic haver maculado a credibilidade do Tribunal Penal Internacional, não prejudicaria a cooperação futura da Sérvia com a Corte.
Entre os críticos do papel do tribunal em Haia na morte do ditador estava a imprensa mais popular da Sérvia, que fazia coro a Tadic e afirmava que a Corte, se não
tinha responsabilidade direta pelo corrido, ao menos era parcialmente responsável. "Assassinado", dizia a manchete de domingo do "Kurir", o tablóide mais
vendido na Sérvia, segundo a rede
de notícias britânica BBC.
Já entre os jornais dos países vizinhos à Sérvia e Montenegro, a
sensação que transparecia era a
de que o direito de fazer justiça
contra o ditador lhes havia sido
roubado. Na Bósnia-Herzegóvina, o diário de maior circulação, o
"Dvevni Avaz", afirmava no domingo que "O carniceiro dos Bálcãs" estava morto.
Na Croácia, diz a BBC, o diário
"Novi List" contava sobre a "frustração" das vítimas do ditador
por ele não ter vivido para receber
"uma sentença justa".
Na cidade natal de Milosevic,
Pozarevac, as reações à morte do
ditador incluíram descrença, indiferença, tristeza e até júbilo.
Embora a população da cidade
tenha ficado satisfeita quando o
ditador subiu ao poder, em 1987,
como um defensor dos interesses
dos sérvios na instável Iugoslávia,
em 2000 muitos de seus concidadãos já haviam se voltado contra
ele e festejaram sua extradição para ser julgado em Haia.
No domingo, admiradores de
Milosevic se reuniram para assinar um livro de condolências, na
sede local do Partido Socialista
em Pozarevac. "Descanse em paz.
Você será sempre o meu herói",
lia-se em um das mensagens, segundo a agência de notícias Associated Press.
"Ele usava da força bruta contra
seu próprio povo", dizia o ativista
anti-Milosevic Sreten Zivanovic.
Com agências internacionais
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