São Paulo, quinta-feira, 14 de abril de 2011 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
China e Brasil têm posições diferentes na ONU, diz Patriota Para o chanceler, chineses discordam de aliança com Japão e Índia, com os quais têm desavenças históricas Manifestação ocorre após Pequim frustrar delegação brasileira e não apoiar entrada no Conselho de Segurança FABIANO MAISONNAVE DE PEQUIM O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, admitiu ontem que há diferenças entre Brasil e China em relação à reforma do Conselho de Segurança da ONU. Segundo ele, essa é a explicação para o fato de o comunicado conjunto por ocasião da visita da presidente Dilma Rousseff ao país não conter um apoio direto da China à pretensão de uma vaga permanente no Conselho, o que frustrou a diplomacia brasileira. "A China não tem uma posição idêntica à do Brasil sobre a reforma do Conselho de Segurança, ela tem dificuldades com alguns dos candidatos a membros permanentes", afirmou. Segundo Patriota, o apoio chinês não tem sido mais explícito por causa da estratégia brasileira de se aliar a países que sofrem com a "reserva" de Pequim -casos de Japão e Índia, que também pleiteiam uma vaga. Além de japoneses e indianos, a campanha internacional do Brasil por uma vaga é feita em coordenação com alemães. Os países formam o chamado G4. "Desde alguns anos que a China diz que, quando chegar a hora da reforma, de identificar quem poderão ser os novos membros permanentes, o Brasil será um país com óbvias credenciais", disse o chanceler brasileiro. Patriota fez as declarações um pouco antes de embarcar de Pequim rumo à ilha de Hainan (sul da China), onde a presidente Dilma participará da cúpula dos chamados Brics. A China vem mantendo a posição oficial de defender uma reforma ampla que não se restrinja ao Conselho de Segurança, do qual é um dos cinco membros permanentes e com direito a veto. REFORMA ABRANGENTE Patriota disse que o comunicado conjunto foi uma "boa manifestação" por usar "linguagem afirmativa". No comunicado, assinado anteontem por Dilma e seu anfitrião, Hu Jintao, os dois governos apoiam uma reforma abrangente da ONU. Isso inclui o aumento da representação dos países em desenvolvimento no Conselho de Segurança como uma prioridade. "A China atribui alta importância à influência e ao papel que o Brasil, como maior país em desenvolvimento do hemisfério ocidental, tem desempenhado nos assuntos regionais e internacionais, e compreende e apoia a aspiração brasileira de vir a desempenhar papel mais proeminente nas Nações Unidas", diz o texto. Segundo diplomatas envolvidos no tema, a grande novidade foi a inclusão do termo "Conselho de Segurança" na declaração. Texto Anterior: Análise: Discurso de americano tenta retomar o controle do debate sobre deficit no país Próximo Texto: Frase Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |