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ORIENTE MÉDIO
Líder palestino visita cidades da Cisjordânia, mas não discursa em campo de refugiados de Jenin "por segurança"
Arafat deixa Ramallah após cinco meses
Associated Press
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Arafat segura cadeira retirada de escombros em Nablus |
DA REDAÇÃO
O presidente da Autoridade
Nacional Palestina, Iasser Arafat,
saiu de Ramallah ontem, pela primeira vez em mais de cinco meses, em um helicóptero jordaniano, para visitar três cidades da
Cisjordânia -Belém, Jenin e Nablus- atingidas pela recente
ofensiva militar israelense.
Por sua parte, os EUA reafirmaram ontem seu apoio à fundação
de um Estado palestino, apesar da
decisão do Likud (partido do premiê israelense, Ariel Sharon) de se
opor a um Estado independente.
Arafat não discursou ante mais
de mil palestinos que o aguardavam no campo de refugiados de
Jenin (a ANP alegou razões de segurança, temendo protestos), o
que demostra os desafios que tem
pela frente agora que está livre do
cerco israelense e sob pressão internacional para atuar contra atos
palestinos de violência.
Um dos assistentes de Arafat insistiu em que o líder palestino
simplesmente não tinha conhecimento de que ele era aguardado
no local. Alguns se mostraram decepcionados. Outros, furiosos.
"Não me importa se ele não vier
ao campo e se não trocarmos um
aperto de mão", disse Sujud Hawashin. "Ele não deixa realizar as
operações [suicidas]."
Arafat discursou na Prefeitura
de Jenin. Em Belém, Nablus e Jenin, observou os prejuízos e afirmou que os palestinos vão fundar
um Estado com Jerusalém como
capital. "Jerusalém é a capital de
nosso Estado independente da
Palestina, não importa quem
aceite ou não", disse Arafat, em
Nablus, em referência ao anúncio
do Likud de que nunca vai aceitar
um Estado palestino.
O chanceler israelense, o trabalhista Shimon Peres, criticou a decisão do Likud e disse que Israel
só será um "Estado judaico e democrático se criar, a seu lado, um
Estado palestino". Os EUA disseram que continuarão a apoiar
uma solução com dois Estados
para o conflito israelo-palestino.
"O presidente continua a acreditar que o melhor caminho para a
paz é por meio da criação do Estado da Palestina, lado a lado com
Israel", declarou o porta-voz da
Casa Branca, Ari Fleischer.
A União Européia também lamentou a decisão. "Todo mundo
reconheceu que o único caminho
para a paz é por meio de um Estado [para os palestinos". É uma pena que a política doméstica possa
tornar esse processo mais difícil",
afirmou Javier Solana, chefe da
diplomacia da União Européia.
A UE vai decidir, nesta semana,
o destino dos 13 palestinos que se
encontram no Chipre depois de
deixar a igreja da Natividade.
Com agências internacionais
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