São Paulo, quinta, 14 de maio de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ANÁLISE
Entenda a opção indiana

JAIME SPITZCOVSKY
Editor de Exterior e Ciência

Para optar pelo caminho dos testes nucleares, a Índia levou em consideração os seguintes fatores:
1) Situação regional - O Paquistão testou no mês passado o Ghauri, míssil de médio alcance capaz de atingir qualquer cidade indiana. A China, com quem os indianos travaram uma guerra de fronteira em 1962, permanece uma potência nuclear e, segundo Nova Déli, continua a alimentar sonhos de conseguir mais territórios. Paquistaneses e chineses teriam aumentado sua cooperação militar, despertando preocupação na Índia.
2) Situação global - A Índia entende que os tratados contra proliferação de armas nucleares representam uma imposição dos países que já tem arsenal atômico.
Seria injusto, segundo a Índia, alguns países terem o direito de contar com poderio nuclear, colocando em desvantagem aqueles que ainda desenvolvem tecnologia nessa área.
A Índia também desponta como um dos principais defensores da "teoria do mundo multipolar". Acredita que os EUA buscam impor sua hegemonia num "mundo unipolar", e que os atuais tratados de não-proliferação de armas atômicas representam um instrumento dessa política.
3) Situação interna - A coalizão do premiê Vajpayee, há apenas dois meses no poder, conta com uma instável base de sustentação. A ofensiva nacionalista conseguiu ampliar apoio popular.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.