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ANÁLISE
Entenda a
opção indiana
JAIME SPITZCOVSKY
Editor de Exterior e Ciência
Para optar pelo caminho
dos testes nucleares, a Índia
levou em consideração os
seguintes fatores:
1) Situação regional - O
Paquistão testou no mês
passado o Ghauri, míssil de
médio alcance capaz de
atingir qualquer cidade indiana. A China, com quem
os indianos travaram uma
guerra de fronteira em
1962, permanece uma potência nuclear e, segundo
Nova Déli, continua a alimentar sonhos de conseguir mais territórios. Paquistaneses e chineses teriam aumentado sua cooperação militar, despertando preocupação na Índia.
2) Situação global - A Índia entende que os tratados
contra proliferação de armas nucleares representam
uma imposição dos países
que já tem arsenal atômico.
Seria injusto, segundo a
Índia, alguns países terem o
direito de contar com poderio nuclear, colocando
em desvantagem aqueles
que ainda desenvolvem tecnologia nessa área.
A Índia também desponta
como um dos principais
defensores da "teoria do
mundo multipolar". Acredita que os EUA buscam
impor sua hegemonia num
"mundo unipolar", e
que os atuais tratados de
não-proliferação de armas
atômicas representam um
instrumento dessa política.
3) Situação interna - A
coalizão do premiê Vajpayee, há apenas dois meses
no poder, conta com uma
instável base de sustentação. A ofensiva nacionalista
conseguiu ampliar apoio
popular.
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