São Paulo, sábado, 14 de junho de 1997.



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TERROR
Bomba matou 168 em 1995
McVeigh é condenado à morte

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
de Washington

Timothy James McVeigh, 29, foi condenado ontem à morte pelo atentado terrorista de 19 de abril de 1995 em Oklahoma City, no qual morreram 168 pessoas, entre elas 25 crianças com menos de seis anos de idade que estavam numa creche e três mulheres grávidas.
Segundo o testemunho de pessoas presentes no tribunal em Denver, Colorado, oeste dos EUA, onde seu julgamento por crimes federais ocorreu, McVeigh não demonstrou emoção quando a sentença unânime do júri de sete homens e cinco mulheres foi lida.
Ao sair da sala, McVeigh olhou para os seus pais, murmurou "tudo bem" e fez um discreto sinal de V com os dedos. Quando chegou, ele havia sorrido para os pais.
O júri já havia considerado McVeigh culpado das 11 acusações que o governo federal lhe havia feito: uso de armas capazes de provocar destruição em massa, danos a propriedades públicas federais e homicídio de oito agentes federais.
Esses crimes só passaram a ser puníveis com a pena de morte a partir de setembro de 1994, sete meses antes do atentado de Oklahoma City, quando o Congresso aprovou pacote de leis anticrime.
O único outro acusado pela explosão, Terry Nichols, vai ser julgado, também em Denver, daqui a três meses. Nichols, 42, se entregou à polícia dois dias após a prisão de McVeigh, detido por uma infração de trânsito horas após a explosão e estava para ser libertado quando uma descrição do suspeito do atentado chegou à delegacia em que estava e chamou a atenção dos policiais locais.
Segundo a promotoria, embora Nichols não tenha estado junto com McVeigh no momento da explosão, ele o ajudou a planejá-la.
Nichols e McVeigh se conheceram no Exército. Nichols participava de movimentos antiestatais e animou McVeigh a fazer o mesmo. Terry Nichols também pode ser punido com a pena de morte.
O júri levou dois dias para chegar à decisão unânime de condenar McVeigh à morte. Segundo pesquisa de opinião pública do Instituto Gallup divulgada pela edição desta semana da revista "Time", 78% dos norte-americanos acham que ele deveria receber a pena de morte e 17% a de prisão perpétua.
O mais recente condenado à morte executado pelo governo federal foi Victor Ferguer, enforcado em 1963 em Iowa, Meio-Oeste do país, por sequestro e estupro.
O governo federal reinstituiu a pena de morte em 1988, 12 anos após a Suprema Corte ter revertido decisão anterior e tê-la considerado constitucional. Entre 1972 e 1976, ela fora proibida nos EUA.
Hoje, é adotada por 47 dos 50 Estados e pelo governo federal e não existe em 13 Estados e no Distrito de Colúmbia (equivalente ao Distrito Federal brasileiro). Há cerca de 3.000 condenados à morte.



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