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TERROR
Bomba matou 168 em 1995
McVeigh
é condenado
à morte
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
de Washington
Timothy James McVeigh, 29, foi
condenado ontem à morte pelo
atentado terrorista de 19 de abril
de 1995 em Oklahoma City, no
qual morreram 168 pessoas, entre
elas 25 crianças com menos de seis
anos de idade que estavam numa
creche e três mulheres grávidas.
Segundo o testemunho de pessoas presentes no tribunal em
Denver, Colorado, oeste dos EUA,
onde seu julgamento por crimes
federais ocorreu, McVeigh não demonstrou emoção quando a sentença unânime do júri de sete homens e cinco mulheres foi lida.
Ao sair da sala, McVeigh olhou
para os seus pais, murmurou "tudo bem" e fez um discreto sinal de
V com os dedos. Quando chegou,
ele havia sorrido para os pais.
O júri já havia considerado
McVeigh culpado das 11 acusações
que o governo federal lhe havia feito: uso de armas capazes de provocar destruição em massa, danos a
propriedades públicas federais e
homicídio de oito agentes federais.
Esses crimes só passaram a ser
puníveis com a pena de morte a
partir de setembro de 1994, sete
meses antes do atentado de Oklahoma City, quando o Congresso
aprovou pacote de leis anticrime.
O único outro acusado pela explosão, Terry Nichols, vai ser julgado, também em Denver, daqui a
três meses. Nichols, 42, se entregou à polícia dois dias após a prisão de McVeigh, detido por uma
infração de trânsito horas após a
explosão e estava para ser libertado quando uma descrição do suspeito do atentado chegou à delegacia em que estava e chamou a atenção dos policiais locais.
Segundo a promotoria, embora
Nichols não tenha estado junto
com McVeigh no momento da explosão, ele o ajudou a planejá-la.
Nichols e McVeigh se conheceram no Exército. Nichols participava de movimentos antiestatais e
animou McVeigh a fazer o mesmo.
Terry Nichols também pode ser
punido com a pena de morte.
O júri levou dois dias para chegar
à decisão unânime de condenar
McVeigh à morte. Segundo pesquisa de opinião pública do Instituto Gallup divulgada pela edição
desta semana da revista "Time",
78% dos norte-americanos acham
que ele deveria receber a pena de
morte e 17% a de prisão perpétua.
O mais recente condenado à
morte executado pelo governo federal foi Victor Ferguer, enforcado em 1963 em Iowa, Meio-Oeste
do país, por sequestro e estupro.
O governo federal reinstituiu a
pena de morte em 1988, 12 anos
após a Suprema Corte ter revertido
decisão anterior e tê-la considerado constitucional. Entre 1972 e
1976, ela fora proibida nos EUA.
Hoje, é adotada por 47 dos 50 Estados e pelo governo federal e não
existe em 13 Estados e no Distrito
de Colúmbia (equivalente ao Distrito Federal brasileiro). Há cerca
de 3.000 condenados à morte.
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