São Paulo, terça-feira, 14 de junho de 2011

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'Papéis do Pentágono' se tornam públicos com 40 anos de atraso

Governo dos EUA divulgou ontem documentos vazados em 1971

ANDREA MURTA
DE WASHINGTON

Quatro décadas após o início do escândalo, o governo dos EUA divulgou ontem a íntegra dos "Pentagon Papers".
É um estudo secreto sobre a Guerra do Vietnã que ajudou a mudar o curso da ação americana ao ser vazado para a imprensa em 1971. São 48 caixas com cerca de 7.000 páginas de texto que acabam de ser disponibilizadas na internet (www.archives.gov/research/pentagon-papers).
Segundo o governo, aproximadamente 34% do conteúdo é inédito, incluindo detalhes sobre negociações de paz e material de referência.
Os papéis do Pentágono revelaram um padrão de mentiras dos presidentes John Kennedy (1961-63), Lyndon Johnson (1963-69) e outros que secretamente aumentaram o conflito no Vietnã enquanto garantiam ao público que os EUA não queriam uma guerra mais ampla.
Sua divulgação, iniciada em 13 de junho de 1971 no "New York Times", ajudou a aumentar a pressão pública contra a guerra e resultou em uma decisão histórica da Suprema Corte dos EUA a favor da liberdade de expressão.
A análise completa do material tomará tempo, mas há pouca expectativa de novas revelações bombásticas.
Antes do aniversário da publicação do estudo, ele voltara a receber atenção devido a comparações com a divulgação de materiais secretos do governo pelo site WikiLeaks.
Daniel Ellsberg, responsável pelo vazamento dos Papéis do Pentágono classificou de "absurda" a demora de quatro décadas. Para ele, o estudo nunca deveria ter sido confidencial.
"As razões para isso foram de política doméstica, não por segurança nacional. O segredo prolongado visa esconder o fato de que porções tão grandes da criação de políticas não aguentam o escrutínio público", afirmou.


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