São Paulo, quinta-feira, 14 de julho de 2011

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Escândalo obriga magnata a desistir de compra bilionária

Empresa de Rupert Murdoch abre mão de assumir o controle da maior provedora de TV paga britânica

Pressão cresceu após escutas ilegais; nos EUA, senador pede apuração de grampos em parentes de vítimas do 11/9/2001

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O escândalo das escutas telefônicas no Reino Unido impôs ontem raro golpe ao magnata Rupert Murdoch. Pressionado, ele desistiu de comprar a totalidade das ações da BSkyB (British Sky Broadcasting), a maior provedora de TV paga britânica, por meio de sua News Corporation.
O negócio seria o maior e mais lucrativo do australiano, cujas empresas acumulam ativos de US$ 60 bilhões (R$ 93 bilhões) pelo mundo.
Murdoch já tinha 39% das ações da BSkyB e, há mais de um ano, manifestou a intenção de comprar os restantes 61% por estimados US$ 12 bilhões (R$ 18 bilhões).
Mas o repúdio a seu plano atingiu níveis altíssimos há cerca de uma semana, quando a investigação do uso de grampos telefônicos por parte dos repórteres do tabloide "News of the World", de Murdoch, extrapolou o universo das celebridades e atingiu vítimas de crimes. Segundo denúncias, o esquema incluía ainda propina a policiais.
Sob bombardeio -e queda nas ações-, Murdoch decidiu fechar o "NoftW", que foi criado em 1843 e vendia 2,7 milhões de exemplares aos domingos, mas manteve a oferta sobre a BSkyB.
Mas, anteontem, os principais partidos do país fecharam acordo para aprovar no Parlamento moção contra a venda da BSkyB e obtiveram o apoio do premiê David Cameron, sinal de que o governo cogitava vetar a fusão.
Um dos ex-funcionários do "NoftW" interrogado e detido neste ano é Andy Coulson, ex-assessor do premiê.
"Achamos que a proposta de aquisição da BSkyB pela News Corporation beneficiaria ambas, mas está claro que é muito difícil avançar nesse clima", diz nota da empresa.
Também ontem, Cameron se encontrou com a família de Milly Dowler, a adolescente de 13 anos sequestrada e morta em 2002 cujo celular, segundo acusações, teve a caixa postal invadida por investigador a serviço do jornal.
Nos EUA, o senador democrata Jay D. Rockefeller afirmou ter solicitado a autoridades que investiguem se empresas ligadas à News Corp. no país empregaram métodos ilegais, em especial contra vítimas do 11 de Setembro.


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