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São Paulo, quinta-feira, 14 de agosto de 2003

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País tem 1ª greve geral do pós-Pinochet

DA REDAÇÃO

Mais de 130 pessoas foram presas e sete policiais ficaram feridos ontem durante distúrbios em Santiago e em outras cidades chilenas durante manifestações de apoio à greve geral iniciada ontem pela Central Unitária dos Trabalhadores (CUT), maior central sindical do país. A greve teve adesão de pouco mais de 10%, segundo uma associação empresarial. Os sindicalistas contestam.
Essa é a primeira greve do gênero no país desde 1986, quando ainda vigia o regime do ditador Augusto Pinochet (1973-90). A CUT, que tem 640 mil filiados, convocou a paralisação para protestar contra as condições de trabalho e a falta de benefícios nas empresas. O presidente Ricardo Lagos (socialista) foi eleito em 2000 prometendo melhorar os direitos trabalhistas.
Durante um ato oficial de entrega de casas populares, Lagos lamentou os incidentes. "Eu não quero um país onde a imagem que sai ao mundo é a de um distúrbio na rua. Não vai sair a [imagem da] senhora Ana recebendo as chaves de sua casa", afirmou o presidente.
Um levantamento feito em 60 empresas pela Asexma Chile, uma associação de exportadores, indicou que apenas 13% dos trabalhadores do setor privado faltaram ontem.
A CUT admitiu que a adesão à greve foi baixa, mas disse que, em alguns setores, ela foi de mais de 80%. "Não nos parecem corretas as tentativas de minimizar o nosso protesto", disse o líder da entidade, Arturo Martínez. "As cidades do país não estão em seu ritmo normal."
O ministro do Interior, José Miguel Insulza, afirmou que a paralisação era "absolutamente parcial" e que "nenhuma empresa produtiva ficou parada".
Em Santiago, onde 108 pessoas foram presas, a polícia teve de lançar bombas de gás lacrimogêneo e jatos de água contra manifestantes encapuzados que tentavam se aproximar do palácio presidencial. Os encapuzados, que se desgarraram de uma passeata que reuniu cerca de 3.000 trabalhadores no centro da capital, responderam com pedras e pauladas. Um policial acabou ferido.


Com agências internacionais

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