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País tem 1ª greve geral do pós-Pinochet
DA REDAÇÃO
Mais de 130 pessoas foram presas e sete policiais ficaram feridos
ontem durante distúrbios em
Santiago e em outras cidades chilenas durante manifestações de
apoio à greve geral iniciada ontem
pela Central Unitária dos Trabalhadores (CUT), maior central
sindical do país. A greve teve adesão de pouco mais de 10%, segundo uma associação empresarial.
Os sindicalistas contestam.
Essa é a primeira greve do gênero no país desde 1986, quando
ainda vigia o regime do ditador
Augusto Pinochet (1973-90). A
CUT, que tem 640 mil filiados,
convocou a paralisação para protestar contra as condições de trabalho e a falta de benefícios nas
empresas. O presidente Ricardo
Lagos (socialista) foi eleito em
2000 prometendo melhorar os direitos trabalhistas.
Durante um ato oficial de entrega de casas populares, Lagos lamentou os incidentes. "Eu não
quero um país onde a imagem
que sai ao mundo é a de um distúrbio na rua. Não vai sair a [imagem da] senhora Ana recebendo
as chaves de sua casa", afirmou o
presidente.
Um levantamento feito em 60
empresas pela Asexma Chile,
uma associação de exportadores,
indicou que apenas 13% dos trabalhadores do setor privado faltaram ontem.
A CUT admitiu que a adesão à
greve foi baixa, mas disse que, em
alguns setores, ela foi de mais de
80%. "Não nos parecem corretas
as tentativas de minimizar o nosso protesto", disse o líder da entidade, Arturo Martínez. "As cidades do país não estão em seu ritmo normal."
O ministro do Interior, José Miguel Insulza, afirmou que a paralisação era "absolutamente parcial" e que "nenhuma empresa
produtiva ficou parada".
Em Santiago, onde 108 pessoas
foram presas, a polícia teve de lançar bombas de gás lacrimogêneo e
jatos de água contra manifestantes encapuzados que tentavam se
aproximar do palácio presidencial. Os encapuzados, que se desgarraram de uma passeata que
reuniu cerca de 3.000 trabalhadores no centro da capital, responderam com pedras e pauladas.
Um policial acabou ferido.
Com agências internacionais
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