São Paulo, domingo, 14 de agosto de 2011

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Argentina faz primárias e testa popularidade de Cristina

Etapa, inédita no país, foi aprovada em 2009 em projeto patrocinado pela Casa Rosada; pesquisas apontam liderança de presidente

LUCAS FERRAZ
SYLVIA COLOMBO
DE BUENOS AIRES

A Argentina irá às urnas hoje para inédita eleição primária, com o objetivo de confirmar os candidatos à Presidência no pleito de outubro.
Obrigatória para os 28 milhões de eleitores, a votação será o primeiro teste para a presidente Cristina Kirchner, candidata à reeleição, e para a oposição, dividida em pelo menos quatro coligações.
Para a presidente, a primária ocorre em momento delicado. O kirchnerismo vem de derrotas seguidas em três dos quatro maiores colégios da Argentina -Buenos Aires, capital, Santa Fé e Córdoba.
Para a oposição, o pleito mostrará quem é o candidato mais competitivo para enfrentar a Casa Rosada. Despontam como principais rivais Ricardo Alfonsín (União Cívica Radical) e Eduardo Duhalde (União Popular). O ex-presidente (2002-2003) definiu a votação de hoje como uma "semifinal da oposição".
As pesquisas indicam que Cristina lidera a disputa. A dúvida é se ela conseguirá vencer no primeiro turno -para isso, precisa receber mais de 40% dos votos e ter vantagem de 10% em relação ao segundo colocado- ou se haverá um segundo turno.
As eleições primárias foram aprovadas num projeto de reforma patrocinado pela Casa Rosada, em 2009, mas seu papel acabou esvaziado. Quase todas as siglas chegam às primárias com um candidato definido.
Além dos candidatos à Presidência e aos governos das províncias, as primárias também vão referendar nomes que disputarão cargos legislativos. Estará fora da eleição quem não conseguir atingir 1,5% dos votos totais.
A província de Buenos Aires tem peso para definir a eleição. Suas 134 cidades concentram 37,5% do eleitorado.
A zona mais importante é o "conurbano", com as cidades que circundam Buenos Aires. O voto ali é tradicionalmente peronista. "Se houver alguma surpresa, será ali", diz o analista Enrique Zuleta Puceiro, do instituto Opinião Pública, Serviços e Mercados.
Para a formação das chapas, no mês passado, a presidente causou ruído em sua base ao preterir nomes do sindicalismo e do peronismo.
Para o filósofo Santiago Kovadloff, o afastamento de Cristina dos sindicalistas pode lhe custar votos. "Não acho improvável que eles queiram manifestar ressentimento. Se o fizerem, podem mudar o rumo da eleição."


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