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Ex-chefes de inteligência se mostram céticos
DO ENVIADO A HERZLYIA
Num raro encontro público, ex-chefes da inteligência
israelense mostraram pessimismo sobre as chances de
sucesso das negociações diretas com os palestinos.
A Folha ouviu dois ex-chefes do Mossad (agência de espionagem), três ex-chefes do
Shin Bet (serviço de segurança interno) e um ex-comandante do Exército. Todos foram céticos sobre a aspiração
dos mediadores norte-americanos de chegar a um acordo
definitivo dentro de um ano.
O principal problema
apontado não é nenhuma
novidade, mas continua a ser
o obstáculo mais difícil: a
desconfiança mútua entre
Abbas e Netanyahu.
"Abbas não tem capacidade política e Netanyahu não
tem a vontade", diz Carmi Gillon, ex-chefe do Shin Bet.
O raro encontro dos ex-caciques da inteligência israelense, todos hoje no setor privado, ocorreu durante uma
conferência sobre terrorismo
em Herzlyia, perto de Tel
Aviv. Longe do poder, perderam a preocupação em ser
politicamente corretos.
Shabtai Shavit, chefe do
Mossad entre 1989 e 1995,
deixou clara sua desconfiança com Barack Obama.
"Não esqueçamos que ele
passou a infância num país
muçulmano, teve contato
com a cultura e talvez tenha
absorvido valores islâmicos", declarou.
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