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PRECAUÇÃO
Incidente no Iêmen, que matou ao menos 7, leva país a temer por suas representações no Oriente Médio, na África e na Ásia
EUA fecham 22 embaixadas após explosão em navio
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
Os EUA fecharam ontem 22 de
suas embaixadas na África, no
Oriente Médio e no sul da Ásia. A
medida foi tomada pelo temor
dos EUA em relação à segurança
de suas representações diplomáticas após a explosão de anteontem
do destróier USS Cole no Iêmen e
dos contínuos enfrentamentos
entre palestinos e israelenses.
As missões norte-americanas
em 13 países árabes, em oito africanos e no Paquistão deverão ficar fechadas até segunda.
Uma outra explosão atingiu ontem a Embaixada do Reino Unido
na capital do Iêmen, Sanaa (leia
texto nesta página). O ministro
britânico das Relações Exteriores,
Robin Cook, afirmou que uma
bomba foi jogada na embaixada,
mas oficiais iemenitas alegam que
a explosão -que não deixou feridos- foi causada por uma pane
do sistema elétrico.
O comandante Daren Pilkie,
porta-voz da Quinta Esquadra
dos EUA, sediada em Bahrein,
disse que o número de vítimas da
explosão do destróier no Iêmen
chegou a sete, que dez outras pessoas -possivelmente mortas-
continuavam desaparecidas e que
33 estavam hospitalizadas.
Pilkie também disse que 11 marinheiros foram levados para um
hospital militar francês em Djibuti e que os outros 22 aguardavam
ser transportados para um hospital na Alemanha.
"A busca pelos desaparecidos
continua", disse Pelkie. "O buraco
de 9 m por 12 m do casco (causado pela explosão) está causando
inundações no navio. Estamos
conseguindo conter a água."
O secretário de Defesa dos EUA,
William Cohen, afirmou -citando testemunhas- que a explosão
ocorreu em um pequeno barco
que auxiliava o USS Cole a atracar
no porto de Áden. Segundo a hipótese levantada pelo governo
norte-americano, dois suicidas
que conduziam a pequena embarcação teriam levado explosivos ao lado do casco do USS Cole.
"Encontraremos os responsáveis e os faremos responder por
isso", declarou anteontem o presidente dos EUA, Bill Clinton. "Se
a intenção de quem cometeu isso
foi tentar deter nossa intenção de
promover a paz no Oriente Médio, eles definitivamente falharam."
O presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, prometeu ontem à
embaixadora dos EUA no país,
Barbara Bodine, o apoio das autoridades iemenitas no caso.
Mais investigadores e médicos
norte-americanos deveriam chegar ao país ontem e hoje. O governo do Iêmen aguarda a chegada
de 120 especialistas dos EUA.
A TV iemenita informou que
Saleh havia telefonado para a secretária de Estado dos EUA, Madeleine Albright, e dito que a explosão não havia resultado de um
ato terrorista. Mas disse também
que o governo do Iêmen não pouparia esforços para solucionar o
caso.
Barcos do Iêmen realizaram ontem diversas buscas no local do
acidente, enquanto equipes norte-americanas vasculharam o
USS Cole em busca de sobreviventes.
Autoria da explosão
Oficiais dos Estados Unidos declararam não saber quem cometeu o possível atentado e que não
possuem ainda nenhuma informação específica sobre o caso.
"Não sabemos quem foi responsável por isso", disse um oficial.
Dois pequenos grupos assumiram a autoria da explosão. A televisão do Qatar informou que um
grupo chamado Jaysh Mohammad (o Exército de Mohammad),
sediado no Paquistão, teria sido o
autor das explosões do USS Cole e
da embaixada britânica.
As Forças de Contenção do Islã
-pequeno grupo de Beirute-
também assumiram a autoria dos
atentados no Iêmen.
As autoridades norte-americanas não responderam aos grupos
e disseram esperar que vários outras pequenas organizações assumam a autoria do atentado.
John Warner, senador republicano que preside a comissão de
Defesa no Congresso norte-americano, disse que um grupo terrorista conhecido poderia estar por
trás da explosão, mas não o identificou. Disse apenas que o Pentágono estava "analisando a veracidade da acusação".
Segundo Warner, o grupo poderia estar ligado ao milionário
extremista islâmico de origem
saudita Osama bin Laden, acusado pelos EUA de ser o mandante
dos atentados às embaixadas do
país no Quênia e na Tanzânia em
1998, que deixaram 224 mortos.
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