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ORIENTE MÉDIO
Esquerda israelense e palestinos negociaram por dois anos e meio; Israel critica proposta
Moderados propõem plano de paz simbólico
DA REDAÇÃO
A esquerda israelense e palestinos moderados finalizaram um
simbólico acordo de paz que prevê a criação de um Estado palestino. O governo de Israel criticou o
texto do plano. Já membros da
ANP (Autoridade Nacional Palestina) endossaram a proposta.
O plano, negociado ao longo de
dois anos e meio com apoio financeiro da Suíça, prevê uma solução para todos os pontos complexos das negociações de paz que
envolvem Israel e os palestinos.
Os israelenses se retirariam de
98% da Cisjordânia e de toda a
faixa de Gaza. Para compensar os
2% que continuariam com Israel,
uma parte do deserto de Negev
seria cedida aos palestinos. Dos
mais de cem assentamentos na
Cisjordânia, apenas 20 ficariam
do lado israelense. Os demais e todos os da faixa de Gaza seriam
desmantelados.
Jerusalém seria dividida pela
fronteira estabelecida internacionalmente. Áreas de maioria judaica permaneceriam com Israel. E
as majoritariamente árabes integrariam o novo Estado palestino.
Apenas a área de Har Homa, de
maioria judaica mas no lado árabe (oriental) da cidade, seria esvaziada por Israel.
A parte antiga de Jerusalém
também seria dividida. A porção
judaica continuaria com Israel e
as demais seriam parte do Estado
palestino. O muro das Lamentações, local mais sagrado para os
judeus, continuaria israelense. A
mesquita de Al Aqsa passaria para o Estado palestino.
Os refugiados palestinos não teriam o direito de retornar para o
Estado de Israel. Eles teriam três
opções: poderiam viver no Estado
palestino; permanecer nos países
onde residem, recebendo uma
compensação; ou tentar ir para Israel, mas, nesse caso, precisariam
de autorização do governo.
A questão dos refugiados seria a
principal concessão dos palestinos para os israelenses.
A equipe de negociação israelense foi liderada por Yossi Beilin,
um membro da ala esquerda do
Partido Trabalhista que participou dos acordos de Oslo nos anos
90. A delegação palestina que participou das negociações simbólicas de paz tinha como um dos
principais nomes Iasser Abed Raboo, tradicional aliado do presidente da ANP, Iasser Arafat.
Autoridades israelenses disseram que o plano fere os interesses
nacionais israelenses e chega até
mesmo a arriscar a segurança do
país. "Tudo é virtual", disse o
chanceler de Israel, Silvan Shalom. "Não podia esperar outra
coisa dos que negociaram o acordo de Oslo, cujos resultados pagamos o preço até hoje."
"É inacreditável que esse bando
de irresponsáveis assine um acordo que prevê a entrega de lugares
sagrados em troca de algo [a renúncia ao direito de retorno] que
talvez eles [palestinos] não cumpram", disse o vice-premiê Ehud
Olmert.
Raboo afirmou que a ANP endossa o plano e que Arafat acompanhou todo o processo de negociação. O texto final será assinado
no dia 4 de novembro.
Com agências internacionais
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