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IRAQUE SOB TUTELA
Em videoconferência ensaiada, presidente fala com soldados dos EUA para apoiar o plebiscito constitucional
"Show" de Bush defende ação no Iraque
DA REDAÇÃO
Em videoconferência com um
grupo previamente selecionado
de militares americanos que estão
em Tikrit, cidade iraquiana de
Saddam Hussein, o presidente
George W. Bush discorreu sobre a
importância do plebiscito sobre o
projeto de Constituição do Iraque
e afirmou que, "enquanto eu for
presidente, não recuaremos e nada aceitaremos que não seja uma
vitória total" contra a insurgência.
A iniciativa de Bush, classificada
pela France Presse de ofensiva midiática, coincide com a divulgação de duas pesquisas em que ele
aparece com o menor índice de
aprovação desde o início de seu
primeiro mandato.
Apenas 32% dos americanos
apóiam a política do presidente
para o Iraque, diz o Instituto Gallup, que pesquisou para a CNN e
para o jornal "USA Today".
Uma segunda pesquisa, encomendada pelo "Wall Street Journal" e pela rede de televisão NBC,
revela que a taxa de aprovação de
Bush está em 39%. Diz que 48%
esperam que a oposição democrata assuma o controle do Congresso nas legislativas de novembro do ano que vem, nove pontos
a mais do que os que desejam a vitória republicana. Para apenas
28%, o país está no bom caminho.
A videoconferência, diz a Associated Press, foi previamente ensaiada por uma funcionária do
Pentágono, Allison Barber. Dela
participaram dez militares americanos da 42ª Divisão de Infantaria
e um soldado iraquiano com relativa fluência em inglês.
Um dos participantes disse ao
presidente que os iraquianos estavam ansiosos para votar no plebiscito do próximo sábado e que o
número de eleitores inscritos no
feudo do clã de Saddam Hussein
havia crescido em 17%.
O soldado iraquiano, instado
por Bush a fazer alguma pergunta, disse apenas: "Bom dia, sr. presidente, e muito obrigado por tudo. Eu gosto do senhor".
Toque de recolher
A partir da meia-noite de ontem, o Iraque fechou suas fronteiras e limitou o trânsito de pessoas
para evitar o deslocamento de comandos de insurgentes interessados em prejudicar o plebiscito.
Automóveis não circularão
amanhã. Foi anunciado um toque
de recolher, proibição de a população deixar suas casas em determinados horários noturnos.
O comando americano informou que os atentados prosseguiam, mas que eram agora em
40% menos freqüentes e mortíferos do que às vésperas das eleições
legislativas de janeiro.
Nos últimos 18 dias, diz a Associated Press, 445 pessoas morreram, sobretudo na explosão de
carros-bomba e de minas à beira
de estradas ou por conta de disparos efetuados em zonas urbanas.
Ontem, até o início da noite, a
Reuters relatava a morte de um
soldado americano em Dujail, cidade xiita em que Saddam massacrou civis em 1982. Entre os mortos iraquianos, em dia de relativa
calma, há um policial em Baiji,
dois policiais em Kirkuk, dois civis em Mossul e uma mulher em
Ramadi. Oito policiais foram feridos em atentado em Bagdá.
Prosseguiam, enquanto isso, os
esforços da embaixada americana
e das lideranças xiitas e curdas para assegurar a maior participação
possível da minoria sunita no plebiscito sobre a Constituição.
Emenda ao projeto votada anteontem permite que os sunitas
sugiram mudanças posteriores,
no plenário da Assembléia Nacional. Com isso, um dos maiores
grupos sunitas, o Partido Islâmico
Iraquiano, concordou em abandonar a frente do boicote e em fazer campanha pelo "sim".
Ao mesmo tempo, no entanto, a
influente Associação de Acadêmicos Islâmicos, basicamente sunita, posicionou-se contra o projeto
constitucional, pois ele "fragmentaria o Iraque e destruiria sua
identidade".
O projeto prevê uma federação,
solução que os sunitas acreditam
prejudicá-los como minoria.
Com agências internacionais
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