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ONU decide prorrogar por mais um ano missão de paz no Haiti
Minustah, liderada pelo Brasil, tem mandato estendido até outubro de 2010
JANAINA LAGE
DE NOVA YORK
O Conselho de Segurança da
ONU decidiu ontem prorrogar
por mais um ano a Missão das
Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah, na
sigla em francês), que é comandada pelo Brasil. A decisão foi
unânime e mantém o efetivo
estrangeiro no país caribenho
em cerca de 9.000 soldados e
policiais. Além disso, sinaliza a
possibilidade de uma nova renovação depois de 15 de outubro de 2010.
A permanência da missão foi
justificada com a avaliação de
que apesar dos progressos, a situação no país ainda constitui
uma ameaça à paz e à segurança internacionais. O documento diz, por exemplo, que houve
melhora na segurança, mas que
ela ainda é frágil. No total, a
missão será composta por
6.940 soldados e 2.211 policiais.
Em nota, o conselho afirma
que o papel da Minustah precisa se adaptar ao desenvolvimento de uma capacidade própria de segurança do país. O
conselho destaca ainda que os
impactos econômicos externos
como custos de comida e combustível e crises financeira e
econômica continuam a representar uma ameaça ao processo
de estabilização do Haiti.
O documento encoraja os Estados-membros a fecharem
parcerias com o Haiti no combate ao tráfico de crianças, drogas, armas e outras atividades
ilegais. Um dos principais papéis da missão será o apoio logístico e de segurança às próximas eleições legislativas, marcadas para 2010.
A missão da ONU foi enviada
ao país após a destituição de
Jean-Bertrand Aristide da Presidência, em 2004. A missão
tem atuado na segurança do
país, combatendo gangues e sequestros e auxiliando no desenvolvimento da polícia local. Até
o ano passado, o Brasil já havia
gasto R$ 577 milhões na missão. Uma parcela da ordem de
40% deste total foi reembolsada pela ONU. A estimativa de
despesas para este ano é de R$
128,4 milhões.
O Brasil mantém atualmente
no Haiti um contingente de
aproximadamente 1.200 militares (trocados a cada seis meses) do Exército e do Corpo de
Fuzileiros Navais da Marinha.
Até hoje já passaram pelo Haiti
cerca de 12,1 mil militares
-três morreram.
Apesar do papel preponderante do Brasil na missão, o
país não é citado na resolução
que renova a Minustah, que, no
entanto, saúda a recente indicação do ex-presidente americano Bill Clinton (1993-2001)
como enviado especial da ONU
para promover investimentos e
criação de empregos no país.
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