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IRAQUE OCUPADO
Em meio à onda de violência, Japão desiste de enviar soldados e Coréia do Sul fala em contingente reduzido
Aliados dos EUA revêem ajuda militar
DA REDAÇÃO
O Japão desistiu de enviar soldados para colaborar com a reconstrução do Iraque, e a Coréia
do Sul reduziu a oferta de tropas
para a coalizão anglo-americana
diante do cenário de violência no
país. Ontem, subiu para 31 o saldo
de mortos no atentado a bomba
contra uma base italiana em Nassiriah (sul) na véspera.
Aos poucos, os ataques e atentados vão produzindo resultados e
dificultando a operação americana no Iraque, levando países e organismos internacionais a rever
suas missões. Enquanto a ONU e
a Cruz Vermelha retiraram seus
funcionários estrangeiros após
serem alvo de ataques, a Espanha
reduziu o corpo diplomático.
Tóquio havia prometido destacar até 850 soldados -150 seriam
enviados já em dezembro, e os demais, em janeiro. Mas o chefe-de-gabinete, Yasuo Fukuda, afirmou
que o país ainda não é seguro o
suficiente para os soldados japoneses.
"Poderíamos enviar soldados se
as circunstâncias permitissem",
disse ele em uma entrevista coletiva. "Não é o caso no momento."
Pouco depois, o premiê Junichiro Koizumi -que deve receber
hoje o secretário da Defesa americano, Donald Rumsfeld- afirmou que a situação no Iraque requer "monitoramento" e não descartou o envio futuro de tropas.
Atendendo a um apelo americano, o Parlamento japonês aprovara em julho o envio de tropas de
manutenção da paz para áreas em
que não há combates.
Após o anúncio, a assessora da
Casa Branca para Segurança Nacional, Condoleezza Rice, disse
em Washington que os EUA
"compreendem a decisão" de Tóquio. "Estamos muito satisfeitos
com o que o Japão tem feito e
achamos que cabe ao país decidir
quando fazer o que está previsto."
Após encontro do presidente
Roh Moo-hyun com Rumsfeld, a
Coréia do Sul anunciou que enviará 3.000 soldados -e não 10
mil, como Washington pedira-
ao Iraque. O país, que já tem 650
engenheiros e médicos no Iraque,
não disse a data do destacamento.
Portugal, que já tem 120 homens no país, alterou a rota de 128
soldados despachados para o Iraque na noite de quarta-feira. Eles
ficariam em Nassiriah, onde ocorreu o atentado contra a base italiana, e foram remanejados para
Basra, a principal cidade do sul.
Mais mortos, mais ataques
Com a morte de mais cinco iraquianos, chegou a 31 o saldo de
mortos no atentado -18 italianos
e 13 iraquianos. Alguns dos cerca
de 80 feridos estão em estado grave, o que significa que o número
pode continuar subindo.
O comando americano anunciou a morte de mais um soldado
na explosão de uma bomba em
uma estrada em Bagdá, o 156º em
ações hostis no pós-guerra.
Na tentativa de solapar a resistência, os EUA lançaram a operação "Martelo de Ferro". Uma fábrica abandonada na periferia sul
de Bagdá foi bombardeada e parcialmente destruída por aviões
AC-130. Antes do ataque, soldados com megafones orientaram a
população a deixar a região, que já
fora atacada por helicópteros na
véspera, quando dois iraquianos
foram mortos.
O saldo de mortos ainda era ignorado na noite de ontem. Segundo as forças dos EUA, a fábrica era
usada pela resistência para reuniões de planejamento, festas e
como depósito de munição.
Na região oeste da capital, um
grupo de iraquianos que havia
lançado morteiros contra soldados americanos foi atacado por
um helicóptero Apache. Dois suspeitos foram mortos. Em Tikrit,
cidade no noroeste do país onde o
ex-ditador Saddam Hussein foi
criado, e na vizinha Mossul, cerca
de 20 suspeitos de ataques contra
os EUA foram detidos.
O general John Abizaid, chefe
do Comando Central Americano,
afirmou que o número de insurgentes no Iraque "não ultrapassa
5.000" e que o maior perigo estaria nos simpatizantes do regime
deposto. "Quero enfatizar que
não há ameaça militar no Iraque
que nos tire daqui", disse Abizaid.
Um relatório da CIA (serviço secreto dos EUA) que vazou para a
imprensa nesta semana, entretanto, alerta que pode haver um crescente número de iraquianos comuns ingressando nas fileiras da
resistência à presença americana.
Com agências internacionais
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