DO "INDEPENDENT"

A mais famosa primeira-dama da história dos EUA, Jacqueline Kennedy, ficou tão abalada com o morte de seu marido que chegou a cogitar o suicídio como uma forma de "reencontrá-lo", de acordo com um padre católico com quem ela se confessou nos meses seguintes ao assassinato do presidente John Kennedy.
Essa reveladora nova faceta de Jackie, morta em 1994 aos 64 anos, está em trechos dos diários de Richard McSorley, jesuíta e professor de teologia da Universidade Georgetown, em Washington, que se tornaram públicos pouco antes do 40º aniversário do assassinato de Kennedy, em 22 de novembro de 1963. O padre morreu no ano passado.
McSorley foi chamado pelo cunhado Robert Kennedy. Por sugestão de Robert, o padre aconselhou Jackie a jogar tênis.
"Você acha que Deus me separaria do meu marido se eu tentasse me matar?", perguntou ao padre McSorley, de acordo com a anotação do dia 28 de abril de 1964. "Algumas vezes, sinto que estou enlouquecendo. Deus não compreenderia que eu apenas quero ficar com ele?"
Em 19 de maio de 1964, McSorley escreveu que ela "ficaria feliz se, caso ela tirasse a sua vida, isso desencadeasse uma onda de suicídios, porque ela estava feliz em ver as pessoas saindo de seu sofrimento. "Eu fiquei feliz que Marilyn Monroe tenha saído de sua dor", disse sobre a atriz, que morreu por overdose de tranquilizantes em 1962, em aparente suicídio.
Em outro trecho, Jackie diz: "Se eu apenas tivesse um minuto para dizer adeus. Foi tão difícil não dizer adeus, não ter sido capaz de me despedir".
A crise acabou em meados de 1964. Em carta ao padre escrita em julho, Jackie disse que suas convicções religiosas a mantinham "ocupada e saudável -para que se possa fazer tudo o que é necessário pelas crianças e ir para a cama cedo para que não haja tempo para pensar".