São Paulo, terça-feira, 14 de novembro de 2006

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CHOQUE DE CIVILIZAÇÕES

Líderes culpam ações recentes por embate entre Ocidente e islã

DA REDAÇÃO

Líderes políticos e religiosos de vários países divulgaram ontem, em Istambul, um relatório que pede medidas urgentes para pôr fim à crescente hostilidade entre o Ocidente e as comunidades muçulmanas. Para a Aliança de Civilizações, grupo que inclui o arcebispo sul-africano e Nobel da Paz Desmond Tutu e o ex-presidente iraniano Mohammed Khatami, as principais causas do afastamento não são religiosas nem históricas, mas acontecimentos políticos recentes.
O grupo de notáveis diz que o conflito entre israelenses e palestinos e as ações militares do Ocidente em países como o Iraque contribuem significativamente para o ressentimento e a desconfiança mútuos. Além disso, afirma, comunidades que são alvo constante de discriminação e humilhação reagem afirmando sua identidade de modo agressivo.
O relatório foi entregue ao secretário-geral da ONU, Kofi Annan, pelo premiê espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, que lançou a proposta da Aliança em 2004.
"O problema nunca é a fé; são os fiéis e como eles se comportam", disse Annan. Para ele, qualquer solução para a animosidade deve necessariamente incluir o conflito árabe-israelense. "Enquanto os palestinos forem expostos a frustração e humilhação diárias, e enquanto israelenses forem mortos, os ânimos continuarão inflamados em todo lugar."
A Aliança pediu ainda que a mídia retrate os muçulmanos sem estereótipos e aja de modo "responsável", principalmente ao abordar a religião. E propôs programas educacionais de longo prazo, que tratem das diferenças culturais e religiosas.


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