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ORIENTE MÉDIO
Netanyahu avança
Batalha de 7 horas deixa 4 palestinos mortos
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
Pelo menos quatro policiais foram mortos ontem pelo Exército
israelense numa batalha na faixa
de Gaza que durou sete horas e
envolveu, segundo testemunhas,
até mil palestinos armados.
Em Hebron, na Cisjordânia, foi
morto com três tiros no peito, na
porta de sua casa, um militante do
grupo terrorista Hamas. Os palestinos afirmaram que foi o terceiro
assassinato desse tipo em três dias
e acusaram Israel de fazer "terrorismo de Estado".
Durante a batalha, o som dos
disparos de metralhadoras e das
explosões confundia-se com brados que, por alto-falantes, convocavam a população para o combate. Os choques se espalharam
de uma rua principal para áreas
ao redor dos postos de segurança
israelenses, atingindo várias casas. Cerca de 40 foram feridos.
Testemunhas afirmaram que
até mil palestinos armados, de vários pontos do campo e das regiões próximas, acorreram para
combater ao lado dos policiais.
Os palestinos disseram que o
confronto, um dos piores das 11
semanas de violência na região
-já são pelo menos 318 os mortos no conflito-, começou de
manhã, quando um trator israelense, acompanhado por tanques,
tentou destruir uma barreira de
areia erigida pela população para
proteger-se dos disparos dos soldados. Disseram que o "escudo"
está dentro da área controlada pela Autoridade Nacional Palestina
e que os policiais guardavam o
território.
Israel declarou que a barreira
era usada por atiradores palestinos. Segundo o porta-voz do
Exército, a decisão de destruir a
construção de areia se seguiu a
um ataque contra uma escola do
assentamento Neve Dekalim.
Netanyahu
Os aliados do ex-premiê Binyamin Netanyahu avançaram mais
um pouco ontem em seu objetivo
de levá-lo de novo ao poder.
O Knesset (Parlamento com 120
cadeiras) aprovou ontem, por 67
votos a 35, a leitura preliminar de
um projeto de lei que poderá autorizar o oposicionista a disputar
novamente o cargo de premiê.
A chamada "Emenda Bibi", em
referência ao apelido do político,
altera a lei israelense, segundo a
qual apenas membros do Knesset
podem concorrer à função de primeiro-ministro -as eleições para o cargo e para o Parlamento
são, porém, independentes.
A aprovação do projeto, conduzida pelos partidos Likud (ao qual
pertence Netanyahu) e Shas, contou com o voto do próprio premiê
de Israel, Ehud Barak, que disputará a eleição. Para que a lei seja
criada, a oposição terá de obter 61
votos em mais três turnos.
Segundo pesquisas de intenção
de voto, Netanyahu é o favorito.
Um dos principais críticos das
concessões feitas aos palestinos
nas negociações de paz, deixou o
partido Likud após ter perdido o
cargo de primeiro-ministro para
Barak, na eleição de maio de 1999.
Foi para tentar impedir a volta
de Netanyahu, afirmam analistas,
que Barak renunciou no sábado e
declarou que realizaria em 60 dias
uma eleição exclusiva para primeiro-ministro.
Enfraquecido pela Intifada (revolta palestina) e pelas frustradas
negociações de paz, Barak já havia
aceitado a realização de eleições
gerais, isto é, a escolha de um novo primeiro-ministro e a renovação do Knesset. Isso permitia, porém, que Netanyahu concorresse
ao cargo de premiê.
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