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Quito ameaça tirar embaixador da Colômbia
Medida foi aventada por chanceler equatoriano após Bogotá retomar fumigações de coca na fronteira
DA REDAÇÃO
O chanceler equatoriano,
Francisco Carrión, ameaçou
ontem retirar seu embaixador
de Bogotá em resposta à decisão do presidente colombiano,
Álvaro Uribe, de retomar a fumigação com pesticidas na
fronteira dos dois países para
erradicar plantações de coca.
Carrión afirmou também
que há possibilidade de o Equador deixar de receber refugiados e expulsar os imigrantes
colombianos ilegais. O presidente eleito do Equador, Rafael
Correa, considerou a decisão
colombiana abusiva e disse que
atuará com firmeza para impedir "que as fumigações matem
os cultivos e, talvez, os cultivadores" do seu país.
O governo equatoriano classificou como "hostil" a retomada das fumigações na região,
que estavam suspensas desde
janeiro. Na ocasião, Uribe se
comprometeu a respeitar uma
área de 10 km da linha da fronteira. Quito afirma que o glifosato -produto químico usado
na fumigação- é nocivo à população e ao ambiente.
Bogotá, porém, classificou
como "inócuos" os efeitos da
fumigação para a saúde humana e afirmou que, após a suspensão das atividades, o cultivo
de coca cresceu na região. Segundo a polícia colombiana,
existem 10 mil hectares de
plantação de coca na fronteira.
A chanceler colombiana, María Consuelo Araújo, disse que
seu país espera a compreensão
do vizinho. É necessário "ter
estratégias conjuntas e de cooperação para ver o programa
mundial das drogas como uma
estratégia de responsabilidade
compartilhada", afirmou.
Porém, para Carrión, "o
Equador não tem por que sofrer as conseqüências da inação
do lado colombiano".
Plano Colômbia
As atividades de repressão à
plantação de coca -incluindo
as fumigações- fazem parte do
Plano Colômbia, acordo feito
entre esse país e os EUA para
tentar reduzir a produção de
coca, matéria-prima da cocaína, na região.
Desde a sua criação, em
2000, os EUA já destinaram
cerca de US$ 5 bilhões ao país
andino para o combate ao cultivo ilegal da coca e a traficantes,
guerrilheiros e paramilitares.
Apesar disso, a Colômbia
continua a ser o maior produtor mundial de coca e fornece
cerca de 90% da cocaína consumida nos EUA. Segundo dados
do governo americano, apesar
do plano, o cultivo da planta aumentou 26% entre 2004 e
2006.
Com agências internacionais
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