São Paulo, sábado, 15 de janeiro de 2011

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Obama facilita viagens e remessa de dinheiro a Cuba

Presidente assina ordem flexibilizando restrições para viagens de religiosos, estudantes e jornalistas à ilha

Medida é vista como sinalização de incentivo a reformas de teor liberal anunciadas pelo ditador Raúl Castro

ANDREA MURTA
DE WASHINGTON

O presidente dos EUA, Barack Obama, facilitou ontem via ordem executiva (equivalente a medida provisória) viagens de religiosos, estudantes, acadêmicos e jornalistas a Cuba, além do envio de remessas de dinheiro.
A decisão está sendo considerada a mais importante no relaxamento das restrições de viagens dos EUA a Cuba em ao menos duas décadas e um dos maiores passos do governo Obama para melhorar as relações entre os dois países.
O presidente americano já havia tomado medidas de relaxamento das restrições em 2009, quando facilitou viagens de cubano-americanos e remessas de fundos a familiares. Mas a lentidão de suas transformações vem frustrando analistas favoráveis ao fim do embargo à ilha.
As mudanças aprovadas ontem, que entram em vigor em duas semanas, são um retorno aproximado à política para viagens que vigorou a partir do final do governo de Bill Clinton (1993-2001).
Foi George W. Bush (2001-09), associado aos anti-Castro mais linha-dura da Flórida, que restringiu as viagens e limitou o envio de dinheiro.
"Relaxar restrições a viagens é uma diplomacia esperta por parte dos EUA", disse Geoff Thale, analista da ONG Escritório em Washington para a América Latina (Wola, na sigla em inglês). "Mostra que os EUA reconhecem mudanças positivas que estão acontecendo em Cuba e encoraja mais reformas."
Ele se refere aos planos do ditador cubano, Raúl Castro, de reestruturar a economia do país ao demitir 500 mil trabalhadores do serviço público e estimulá-los a fazer a transição para o setor privado, além da libertação de dezenas de prisioneiros políticos nos últimos meses.
Cuba também cortou impostos para as remessas recentemente, um passo visto como positivo, já que mais dinheiro ficará nas mãos dos recipientes.
O texto da medida provisória já circulava pela Casa Branca há meses.
Ele restaura ou cria licenças para viagens de organizações religiosas, estudantes, acadêmicos e jornalistas; também revive uma licença geral para qualquer pessoa nos EUA enviar remessas de até US$ 500 por trimestre a Cuba em apoio à atividade econômica privada.
Só não podem receber verba altos funcionários do governo ou do Partido Comunista. "As medidas vão aumentar o contato entre pessoas", disse a Casa Branca.


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