|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
IRAQUE SOB TUTELA
Sem maioria, coalizão vencedora escolhe seus aliados
Aliança xiita deve escolher premiê, mas pode se dividir
DA REDAÇÃO
Após obter o primeiro lugar nas
eleições iraquianas, a Aliança Iraquiana Unida, uma coalizão xiita,
começou ontem a discutir quem
escolherá como premiê do país e
quem serão seus aliados para dar
estabilidade ao novo governo.
A aliança, que teve 48% dos votos, precisará do apoio de outros
partidos para lançar a agenda da
Assembléia Nacional. Analistas
esperam que os curdos (25,7%
dos votos) sejam os mais influentes nas negociações sobre cargos.
Surgiram dúvidas sobre a possibilidade de a coalizão, apoiada pelo clérigo xiita mais importante
do Iraque, o grão-aiatolá Ali al
Sistani, permanecer unida no futuro. O grupo é liderado por dois
partidos: o Conselho Supremo
para a Revolução Islâmica no Iraque e o Dawa.
"Vamos escolher o premiê, ministros e discutir os outros detalhes, inclusive a união do grupo",
disse um membro da aliança.
As reuniões aconteceram no escritório de Abdel Aziz al Hakim, o
líder do Conselho Supremo para a
Revolução Islâmica no Iraque,
que foi fotografado chorando
quando os resultados mostraram
que a aliança não conseguira
maioria absoluta no Legislativo.
A aliança deve conseguir cerca
de 140 lugares na Assembléia
-dois a mais que a maioria-
quando votos de candidatos que
não se elegeram forem redistribuídos. Os curdos devem ter cerca de 70 cadeiras. A lista do premiê interino Iyad Allawi deve
conseguir cerca de 40 assentos.
Os dois principais partidos curdos acertaram que Jalal Talabani,
o líder da União Patriótica do
Curdistão, será seu candidato para um posto no governo. Talabani
indicou querer a Presidência.
O novo governo iraquiano terá
um presidente e dois vices, que
devem ser aprovados por dois terços da Assembléia. Eles escolherão um premiê e montarão um
gabinete que deve ser aprovado
pela maioria. Se os curdos ficarem
com a Presidência, os xiitas devem ficar com o posto de premiê.
A Aliança Iraquiana Unida tem
vários nomes, incluindo Ibrahim
al Jaafari, o líder do Dawa, e Adel
Abdul-Mehdi, membro do Conselho Supremo para a Revolução
Islâmica no Iraque e ministro interino das Finanças. Ahmad Chalabi também é mencionado.
Tropas dos EUA ficaram de
prontidão em Kirkuk, depois que
o bom resultado dos partidos curdos na região ameaçou desestabilizar o equilíbrio étnico regional.
"Antes da eleição, havia ataques
concentrados nas forças da coalizão e iraquianas, mas acho que o
foco deve ter mudado", disse o capitão Mitch Smith.
Ataques
Uma bomba matou três policiais e um civil ao norte de Bagdá.
Em Samarra, ataques mataram
nove pessoas. Cinco militares foram seqüestrados. Perto de Kirkuk, sabotadores explodiram
oleodutos. Um soldado dos EUA
morreu quando uma bomba explodiu em Baquba. Em Chorgat,
um empresário que trabalhava
para os tropas dos EUA foi morto.
Seqüestradores ameaçam degolar o líder de um partido cristão
iraquiano, exigindo calendário
para a retirada das tropas dos
EUA. Gurcan Bac, suspeito de
ataques suicidas em Istambul, foi
morto por forças dos EUA no Iraque, disse o suspeito Harun Ilhan.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Tragédia: Explosão em mina na China mata 203 Próximo Texto: Panorâmica - EUA: Howard Dean vai presidir o Partido Democrata Índice
|