São Paulo, terça-feira, 15 de fevereiro de 2011 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Irã reprime novas manifestações contra o regime Oposicionistas em Teerã e Isfahan exigem saída do presidente Ahmadinejad e do líder supremo Khamenei Protestos são os maiores desde 2009, quando população foi às ruas para contestar reeleição presidencial DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS A polícia iraniana entrou em confronto com dezenas de milhares de manifestantes contrários ao governo ontem no centro de Teerã e na cidade de Isfahan (320 km da capital). Uma pessoa morreu nos choques. Foram as maiores manifestações no país desde dezembro de 2009, quando o regime reprimiu com força protestos contra a reeleição supostamente fraudulenta do presidente conservador Mahmoud Ahmadinejad. Os atos foram organizados pelos líderes oposicionistas Mir Hossein Mousavi e Mehdi Karoubi, derrotados no último pleito presidencial. Mousavi e Karoubi pediram autorização ao governo na semana passada para convocar a população a participar de uma passeata em solidariedade aos protestos contra a ditadura egípcia. O pedido colocou o regime em uma situação delicada, já que o governo havia apoiado os protestos no Egito. A autorização foi negada, e os dois líderes oposicionistas foram colocados sob prisão domiciliar. A passeata de ontem em Teerã começou pacífica, com uma multidão caminhando em silêncio pelas principais avenidas do centro. "Nós apoiamos você, Mousavi", gritava a multidão. Os manifestantes ainda bradaram "morte ao ditador", mas não estava claro se se referiam a Ahmadinejad ou ao líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, detentor da palavra final na gestão do país. Fotos do líder supremo foram queimadas nas ruas. Os confrontos começaram quando a polícia e membros da milícia à paisana Basij, favorável ao governo, usaram gás lacrimogêneo e balas de tinta para impedir que a multidão se concentrasse nas praças principais da capital. A rede de telefonia celular foi cortada durante horas. A imprensa independente foi impedida de cobrir as manifestações, mas testemunhas relataram que a repressão policial deixou dezenas de feridos e presos. VÍTIMA FATAL Uma agência de notícias oficial relatou que uma pessoa morreu, supostamente atingida por disparos de uma milícia de oposição que teria aberto fogo contra pedestres em uma calçada. A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, incentivou ontem o Irã a seguir o exemplo do Egito e a "abrir" seu sistema político. "Queremos para a oposição e o povo heroico nas ruas das cidades do Irã as mesmas oportunidades que alcançaram seus homólogos egípcios", afirmou Hillary. Texto Anterior: FOLHA.com Próximo Texto: Propaganda: EUA criam Twitter para falar ao Irã Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |