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ARGENTINA
Ele citou a ação de Lula
Menem diz que usará Exército contra o crime
MARCELO BILLI
DE BUENOS AIRES
O ex-presidente argentino Carlos Menem (1989-99) disse ontem
que usará as Forças Armadas para
combater o crime caso seja vença
as eleições presidenciais no país,
marcadas para 27 de abril.
A proposta de Menem já havia
sido criticada pelo governo e seus
opositores, mas recobrou fôlego
agora: o ex-presidente usa o
exemplo do governo brasileiro,
que autorizou o uso de soldados
do Exército no Rio de Janeiro.
"Vou saturar a Argentina com
forças de segurança", disse.
"No Brasil, o presidente convocou as Forças Armadas para responder ao desafio do crime organizado. A responsabilidade de governar e garantir a vida e a liberdade das pessoas e das instituições não é de esquerda nem de direita, simplesmente existe ou não
existe", diz o candidato.
Ontem, num discurso para empresários espanhóis, Menem disse que seu governo daria "um choque de confiança e credibilidade para que os capitais estrangeiros voltem". Na sua avaliação,
tanto a incerteza jurídica quanto o
aumento da criminalidade inibem investimentos. "Não existe
segurança física nem jurídica. É
preciso restabelecer o Estado de
Direito e o direito à propriedade."
Menem já havia anunciado a
proposta antes, mas foi criticado
por vários grupos distintos. O uso
do Exército em atividades de segurança interna é proibido pela
Constituição argentina. Desde
que o governo brasileiro anunciou a intervenção no Rio de Janeiro, no final de fevereiro, o ex-presidente argentino voltou a
mencionar o projeto, agora com
mais ênfase.
Como quase todos os candidatos à Presidência, Menem tenta tirar proveito da popularidade do
presidente brasileiro na Argentina -50% no país dizem que votariam em Lula. Para ele, o fato de
um governo "socialista" ter autorizado a intervenção militar comprova que, ao contrário do que dizem seus opositores, não se trata
de uma medida autoritária.
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