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CIBERIMPÉRIO
Nova rede vai conectar universidades e agências federais em velocidade até mil vezes maior que a atual
EUA preparam Internet do futuro
MARCELO STAROBINAS
free-lance para a Folha
Dois projetos que reúnem governo, universidades e empresas
dos EUA estão desenvolvendo a
Internet do futuro. Os associados
da Internet-2 e da Next Generation Internet (NGI) já começaram
a testar aplicações com velocidade
de transmissão de dados cem vezes maior que a Internet de hoje.
Cabos de fibras ópticas fazem a
nova superestrada da informação
nos EUA. Chamado de vBNS (very
high performance Backbone Network Service), o sistema é uma
pista de Fórmula 1 digital desenvolvida pela MCI, gigante multinacional das telecomunicações.
Permite a transmissão de 622 megabits (milhões de bits) por segundo.
O conteúdo de uma enciclopédia
de 30 volumes leva menos de um
segundo para ser transmitido por
esse novo caminho. A Internet-2
planeja testar daqui a dois anos
operações mil vezes mais velozes
do que as permitidas pelas linhas
telefônicas dos dias de hoje.
O desafio não está apenas em
acelerar o giro de bits e bytes ao
redor do mundo. Os engenheiros
estudam formas de organizar o
caótico fluxo da informação, fazendo diferentes conteúdos correrem em pistas separadas. Assim,
imagens ao vivo não entrariam na
mesma fila de um e-mail (mensagem eletrônica) no engarrafamento das vias.
A Internet-2 já congrega 77 universidades dos EUA, que ganharam acesso ao vBNS em troca do
compromisso de criar aplicações
para a nova rede. Empresas como
a IBM e a Apple ajudam a financiar o projeto, que recebeu investimento inicial de US$ 50 milhões.
A NGI é uma iniciativa federal,
pela qual agências como a Nasa ou
a Fundação Nacional da Ciência
também se conectam ao vBNS desenvolvendo programas que possam explorar ao limite os recursos
da alta velocidade.
Entre estas aplicações estão projetos avanços na telemedicina,
previsões meteorológicas, educação a distância e projetos científicos (leia texto abaixo).
Segundo o diretor de comunicação da Internet-2, Greg Wood, a
nova rede não vai substituir a Internet. Os usuários comuns não
terão acesso ao vBNS. Mas deverão sentir os benefícios de conexões tão rápidas dentro de cinco
anos. E, provavelmente, terão de
pagar caro pelos serviços.
Interesse presidencial
O presidente norte-americano,
Bill Clinton, adotou o desenvolvimento da Internet como plataforma política em seu discurso no
Congresso sobre o Estado da
União. "Peço aos congressistas o
apoio na construção da nova geração da Internet, que funcionará
em velocidade até mil vezes maior
que a atual".
Seu governo destinará US$ 85
milhões neste ano e US$ 110 milhões em 1999 para a Next Generation Internet (NGI).
A Comunidade Européia tenta
acompanhar a corrida tecnológica
americana. Os europeus criaram o
TEN-34, um projeto com sede em
Cambridge, no Reino Unido, muito mais modesto em termos de velocidade de conexão. A rede européia, já instalada em caráter experimental, suporta a transmissão
de 34 megabits por segundo - seu
objetivo é chegar à casa dos 155
megabits por segundo.
O seu uso é destinado, por enquanto, ao desenvolvimento de
aplicações de uso científico e acadêmico. Uma de suas aspirações é
interligar as universidades da Europa por meio de videoconferências.
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