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"EIXO DO MAL"
Ahmadinejad chama Estado judeu de "árvore podre", três dias após anunciar produção de combustível nuclear
Líder do Irã diz que Israel será aniquilado
DA REDAÇÃO
Três dias depois de causar preocupação mundial ao anunciar que
o país começara a produzir combustível nuclear, o presidente do
Irã, Mahmoud Ahmadinejad, voltou a apontar seu discurso extremista contra Israel, chamando o
Estado judeu de "árvore podre" e
prevendo sua "aniquilação".
Discursando na abertura de
uma conferência de apoio aos palestinos, em Teerã, Ahmadinejad
disparou vários outros dardos
verbais contra Israel. Afirmou
que o país é "uma ameaça permanente" ao Oriente Médio e que será "libertado em breve", e voltou a
colocar em dúvida o Holocausto
nazista cometido contra os judeus
na Segunda Guerra.
"Goste ou não goste, o regime
sionista se encaminha para a aniquilação", disse o presidente. "O
regime sionista é uma árvore podre, seca, que será eliminada por
uma tempestade."
Em outubro do ano passado
Ahmadinejad provocou comoção
mundial ao dizer que Israel deveria ser "apagado do mapa". Dois
meses depois voltou a causar espanto, ao classificar o Holocausto
de "mito". Ontem tocou novamente no genocídio cometido pelos nazistas, desta vez para negar o
direito de existência de Israel: "Se
tal desastre é verdade, por que o
povo desta região deve pagar o
preço? Por que os palestinos devem ser oprimidos e sua terra deve ser ocupada?"
Na mesma conferência, o líder
supremo do país, aiatolá Ali Khamenei, acusou os EUA de tramar
um complô contra Irã, Síria, Iraque e Líbano para entregar a região ao controle israelense. E
acrescentou que essa "cadeia de
complôs" não será bem sucedida.
Sanções
O governo dos EUA anunciou
ontem que usará a reunião convocada pela ONU para a próxima
terça-feira, em Moscou, para defender a adoção de sanções contra
o Irã, como congelamento de
bens e restrições à concessão de
vistos. Participarão a Alemanha e
os cinco membros permanentes
do Conselho de Segurança da
ONU -China, Rússia, Reino
Unido, França e EUA.
Segundo o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Sean
McCormack, serão analisadas
"ações reais" em resposta ao desafio imposto pelo Irã, que na terça-feira, contrariando as recomendações da ONU, anunciou ter começado a enriquecer urânio
-processo destinado a produzir
o combustível necessário tanto
para o desenvolvimento de energia nuclear como para a construção de uma arma atômica.
As opções de medidas contra o
Irã incluem as previstas no Capítulo 7 da Carta das Nações Unidas, que começam por sanções
políticas e econômicas e podem
terminar em ação militar. "Esses
são instrumentos [de pressão] à
disposição da comunidade internacional", disse McCormack.
A possibilidade de aplicação do
Capítulo 7, que já havia sido mencionada no dia anterior pela secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, foi menosprezada
ontem pela liderança iraniana. "O
que ela disse não tem importância", reagiu Ahmadinejad. "Ela é
livre para falar o que quiser."
Yahya Rahim Safavi, comandante das Guardas Revolucionárias, disse que as Forças Armadas
iranianas estão prontas para defender o país. "Um ataque militar
será o segundo erro estratégico
[dos EUA]. Os americanos sabem
melhor do que ninguém que suas
forças na região e no Iraque estão
vulneráveis", disse Safavi.
Com agências internacionais
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