São Paulo, quinta-feira, 15 de julho de 2004

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ORIENTE MÉDIO

País elabora cenário para morte de palestino

Israel barra enterro de Arafat em Jerusalém e vê caos após sua morte

DA ASSOCIATED PRESS

O governo israelense está profundamente preocupado com o caos que poderia ocorrer após a morte do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Iasser Arafat, e fará todo o possível para impedir que ele seja enterrado em Jerusalém, segundo um plano de emergência de cinco páginas preparado pela Chancelaria.
O plano faz uma série de previsões sobre o que pode ocorrer com a morte de Arafat: o colapso da já combalida ANP, um desafio à sua autoridade vindo de extremistas islâmicos e revoltas em outras partes do Oriente Médio.
Apesar dos esforços israelenses para isolar o líder palestino, Arafat continua tendo uma enorme influência. O documento mostra que ele permanecerá um objeto de preocupação para Israel -mesmo após a sua morte.
O plano também inclui recomendações sobre como conter o que Israel prevê que seja um ambiente extremamente volátil. O tema mais delicado, diz o documento, será onde enterrar Arafat.
Assessores de Arafat afirmam que ele nunca indicou onde quer ser enterrado, mas a expectativa é que ele seja colocado no complexo da mesquita Al Aqsa, em Jerusalém Oriental -uma honra suprema para os muçulmanos.
Israel se oporá veementemente a enterrar Arafat na cidade disputada, afirma o documento da Chancelaria. Tanto Israel quanto os palestinos consideram Jerusalém sua capital, e o país tem resistido a tentativas palestinas de se estabelecer institucionalmente na cidade. O documento prevê grande pressão dos palestinos e internacional para que ele seja enterrado em Jerusalém, com possibilidade de grande violência.
O documento não faz referências ao estado de saúde de Arafat, 75, apesar dos sinais recentes de deterioração. Suas mãos e lábios tremem, gerando especulações de que ele teria o mal de Parkinson. Seus médicos não confirmam os rumores. Ele está confinado há meses por Israel em seu QG semidestruído em Ramallah.
O documento examina três possíveis causas de sua morte: uma operação militar israelense, uma doença prolongada ou uma rápida morte natural.
O documento é parte de um planejamento regular sobre a morte de Arafat. Diversos ministérios do governo israelense têm trabalhado em planos similares.


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