|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Oriente Médio e liberdades dominam a agenda do G8
Grupo dos países mais ricos se reúne até segunda em São Petesburgo, na Rússia
Em jantar com Putin, Bush fala sobre valores da democracia; Lula chega
hoje como convidado e traz
uma pauta mais comercial
Alexander Nemenov/France Presse
|
Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin (à dir.) e dos EUA, George W. Bush, conversam em Strelna, perto de São Petersburgo |
FERNANDO CANZIAN
ENVIADO ESPECIAL A SÃO PETERSBURGO
O acirramento da tensão no
Oriente Médio, após os ataques
de Israel contra alvos civis no
Líbano e em Gaza, deve dominar hoje o primeiro dia do encontro do G8 em São Petersburgo, na Rússia.
As oito maiores potências
mundiais (Estados Unidos,
Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Japão, Canadá e Rússia) já concordaram em isolar o
Hamas, até que o grupo terrorista islâmico abra mão de suas
ações armadas e reconheça o
direito à existência de Israel.
O Oriente Médio já fazia parte da agenda do encontro, assim como Irã, Coréia do Norte e
terrorismo, além de assuntos
relacionados à educação, comércio mundial e energia. Esse
último tema foi escolhido como
central pela Rússia.
A questão das liberdades individuais na Rússia também
deve ser abordada no encontro,
mesmo que indiretamente. Ontem, ao chegar à Rússia e para
marcar posição, o presidente
George W. Bush (EUA) participou de reunião com representantes de organizações russas e
internacionais preocupadas
com os direitos humanos.
Mais tarde, o presidente
americano jantou com o presidente russo, Vladimir Putin.
Voltou a abordar a questão da
democracia, embora o anfitrião
insistisse em discutir a adesão
russa à OMC (Organização
Mundial do Comércio).
Mas, com a escalada entre israelenses e árabes e o preço do
barril do petróleo se mantendo
há meses em níveis recordes, o
Oriente Médio tende a dominar o encontro de cúpula.
O grande obstáculo para a estratégia de isolamento do Hamas, embora sem o apoio declarado da Rússia, é como ajudar atualmente os palestinos.
O Brasil e outros quatro países em desenvolvimento (China, Índia, México e África do
Sul) também foram convidados
para a reunião do G8.
Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega hoje à tarde a
São Petersburgo. A prioridade
de sua agenda é comercial.
Lula terá encontros paralelos
com os representantes dos outros países emergentes para
tentar forçar Europa e EUA a
melhorarem a atual oferta de
acesso a seus mercados agrícolas nas negociações em curso
na OMC. O presidente brasileiro deve tratar do assunto com
seu colega norte-americano,
George W. Bush, na segunda,
último dia do encontro.
Apesar das prioridades do
Brasil, o Irã e a Coréia do Norte
também estarão no topo da lista de discussões do G8.
Há a oferta ao Irã, que ficou
sem resposta, de incentivos nas
áreas comercial e tecnológica
em troca da suspensão de seu
programa de enriquecimento
de urânio. A questão nuclear
também está ligada diretamente à Coréia do Norte, que realizou testes de lançamento de
mísseis no início desse mês.
Enquanto a maioria dos
membros do G8 quer a volta
das negociações com a Coréia
do Norte, EUA e Japão defendem a adoção, pelo Conselho de
Segurança da ONU, de uma resolução que imponha sanções.
Texto Anterior: Síria pede a Hizbollah que cesse ataques; Irã diz que ofensiva envolve toda a região Próximo Texto: Análise: Rússia procura reinventar seu papel global Índice
|