São Paulo, Quinta-feira, 15 de Julho de 1999
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TERRORISMO
"Camarada Feliciano" era o chefe do grupo guerrilheiro, tido como responsável por 30 mil mortes
Peru prende líder do Sendero Luminoso

das agências internacionais


Uma força militar de 1.500 homens capturou na selva, próximo a Huancayo, leste do Peru, o líder do grupo guerrilheiro maoísta Sendero Luminoso, Oscar Ramírez Durand, 46, conhecido como "camarada Feliciano". Ele estava faminto e não ofereceu resistência. A operação foi monitorada pelo presidente Alberto Fujimori.
O Sendero Luminoso (caminho luminoso, em espanhol) tenta instalar, pelas armas, um regime comunista-maoísta no Peru desde 1980. Autoridades peruanas atribuem às ações da guerrilha 30 mil mortes e prejuízos de US$ 25 bilhões só na última década.
Nos anos 80, estima-se que a guerrilha chegou a reunir 10 mil combatentes. Hoje, a estimativa caiu para menos de mil.
O analista Carlos Tapia, estudioso da guerrilha no Peru, afirmou que foi uma vitória do governo, mas que o "fenômeno terrorista é complexo, com nuances econômicas e sociais" e não se pode declarar o fim da guerrilha.
John Crabtree, especialista em Peru da Universidade de Oxford, no Reino Unido, afirma que a guerrilha ainda não está morta, apesar de carecer da força que tinha nos anos 80. "É, antes de tudo, uma boa notícia para um Fujimori em campanha."
Aproveitando uma onda de popularidade por causa das ações antiguerrilha, Fujimori cogita disputar uma segunda reeleição, embora possa enfrentar problemas constitucionais.
Ramírez, um ex-estudante de engenharia, vinha liderando a guerrilha desde 1992, quando o fundador do grupo, Abimael Guzman, e sua amante, Elena Iparrigue, foram presos e condenados à prisão perpétua. À época, ele era o número três na hierarquia do Sendero.
Filomeno Cerrón Cardoso, o "camarada Artemio", é o provável sucessor de Feliciano. Fujimori anunciou que "as Forças Armadas já se orientam na captura de Artemio".


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