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São Paulo, segunda-feira, 15 de setembro de 2003

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IRAQUE OCUPADO

Secretário afirma que problema de segurança ainda é "desafio"; soldado americano é morto em ataque

Transferência de poder não deve ser apressada, diz Powell

DA REDAÇÃO

Em sua primeira visita ao Iraque, o secretário de Estado americano, Colin Powell, se disse "empolgado" com o progresso do país em direção à autonomia, mas afirmou não haver razão para apressar a entrega do poder aos iraquianos.
"A pior coisa que pode ocorrer é tocar esse processo rápido demais, antes de haver capacidade de formação de um governo e antes de haver base para sua legitimação, e vê-lo fracassar", disse Powell em entrevista em Bagdá.
Mais tarde, ele disse que a transição ocorreria no "tempo apropriado". "Queremos entregar o poder ao povo iraquiano, mas a uma liderança eleita pelo povo, não a um grupo de indivíduos nomeado", declarou à CNN.
Segundo o secretário, a situação de segurança continua sendo "um desafio" que pode retardar todo o processo, com uma "grande e nova ameaça" vinda de fora.
Ontem, mais um soldado americano foi morto em ataque da resistência iraquiana -o 72º desde 1º de maio, quando foi anunciado o fim das principais operações de combate. Se somados os mortos em acidentes, as baixas americanas no período somam 155.
O ataque, com granadas-foguetes, ocorreu em Fallujah, a cidade 50 km a oeste de Bagdá que se transformou no maior palco de ataques do pós-guerra. Outros três soldados foram feridos.
"Essa ameaça à segurança vem... de terroristas que entram no país e de remanescentes do velho regime", declarou Powell ao programa "Fox News Sunday".
O secretário desembarcou na manhã de ontem no Iraque vindo do Kuait. Ele seguiu de helicóptero até Bagdá para evitar as estradas que se tornaram cenário de ataques contra tropas dos EUA.
Mas, na capital, não pôde evitar o assédio de pessoas que pediam ajuda, emprego ou informações sobre presos. Havia também pessoas que exibiam fotos de parentes mortos e de casas destruídas em bombardeios americanos.
Não foi informado quanto tempo Powell permaneceria no país. A visita foi anunciada com pouca antecedência para evitar problemas de segurança.
Antes de embarcar para o Kuait, Powell discutiu a questão iraquiana, em Genebra, com o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, e com os chanceleres dos demais membros permanentes do Conselho de Segurança -França, China, Rússia e Reino Unido. O CS debaterá, nesta semana, uma proposta de resolução feita pelos EUA para obter maior ajuda internacional na reconstrução.


Com agências internacionais

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