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São Paulo, segunda-feira, 15 de setembro de 2003

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Eleições podem demorar dois anos

DA REDAÇÃO

O Iraque poderá esperar até dois anos por uma nova Constituição e, só então, elegerá um governo soberano para substituir no poder a Autoridade Provisória da Coalizão (APC), submissa a Washington, disse ontem Fouad Massoum. O iraquiano preside a comissão, instituída pelo Conselho de Governo Iraquiano, que estuda o processo constitucional.
Até o fim deste mês, a comissão deverá apresentar ao conselho propostas para o processo.
A projeção de Massoum contradiz o prazo previsto pelo chefe da APC, Paul Bremer. O americano declarara que esperava ter um governo iraquiano soberano no fim de 2004.
A última Constituição do Iraque é de 1925. A Carta vigorou até 1958, quando, com o golpe do Baath (partido do ex-ditador Saddam Hussein), deu lugar a uma série de constituições provisórias.
Enquanto não promover eleições democráticas, salvo uma mudança na resolução da ONU que instituiu a APC, o Iraque deverá continuar sendo administrado pelos EUA.

EUA podem cobrir custo
O vice-presidente Dick Cheney declarou ontem ao canal americano NBC que não é possível ainda determinar o prazo da ocupação.
"Quanto demorará? Não sei. Não posso dizer. Não acho que ninguém saiba", disse.
O Conselho de Segurança da ONU debate, nesta semana, uma nova proposta de resolução feita pelos EUA em busca de maior apoio internacional -inclusive financeiro. Entretanto três dos cinco membros do CS com direito a veto -França, Rússia e China- condicionam a aprovação da proposta à definição de um prazo para ocupação (caso da Rússia e da China) e à redução do poder político dos EUA sobre Bagdá (caso da França).
Diante da dificuldade em conseguir apoio, Cheney disse que os EUA não precisam de dinheiro estrangeiro para cobrir o custo da ocupação.
"A idéia de que os EUA não podem pagar [pela operação no Iraque] ou não deveriam pagar é errada... é boba", afirmou.
O vice-presidente também qualificou como "um preço a ser pago" as 155 baixas americanas no pós-guerra, reiterando que o quadro não exige mudanças na política de ocupação.


Com agências internacionais


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