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México restringe a propaganda eleitoral
Nova legislação, mais próxima da brasileira, proíbe compra de espaço em rádio e TV e é criticada pela mídia
DA REDAÇÃO
A Câmara dos Deputados do
México aprovou ontem, por
408 votos a 33, uma reforma da
Lei Eleitoral do país. A nova legislação reduz os gastos partidários com as campanhas eleitorais e a duração das campanhas. Além disso, proíbe os partidos de comprarem espaço para publicidade no rádio e na TV -eles terão de dispor do espaço
a que o Estado tem direito nos
meios de comunicação, nos
moldes do horário eleitoral gratuito brasileiro.
Tal espaço será administrado
pelo Instituto Eleitoral Federal, o órgão fiscalizador das
eleições. Esse próprio órgão terá sua constituição alterada pela nova lei: nove de seus principais membros, entre os quais
seu presidente, Luis Carlos
Ugalde, serão substituídos.
A lei aprovada ontem -que já
havia passado pelo Senado- é
uma reação ao que se passou no
país durante as últimas eleições
presidenciais, em julho de
2006. Seu resultado foi a vitória
do conservador Felipe Calderón sobre o esquerdista López
Obrador por uma diferença de
233 mil votos, traduzidos em
0,56 ponto percentual.
López Obrador alega até hoje
que foi vítima de fraude e de
uma campanha negativa do virtual monopólio da Televisa
-que favorecia Calderón- e
seus simpatizantes criticaram
duramente Ugalde pela condução do processo eleitoral.
A Câmara Nacional da Indústria de Rádio e Televisão, sindicato patronal do setor de cominação, fez uma campanha contra a aprovação da lei, argumentado que ela fere o direito
de expressão. Projeção realizada pela entidade com base na
perda de receita em virtude das
novas regras dá conta de que
950 difusoras de rádio do país
correrão o risco de quebrar.
O texto da nova lei ainda terá
de ser ratificado pela maioria
das Assembléias Legislativas
dos 33 Estados mexicanos antes de seguir para a sanção do
presidente Calderón, pois implica mudança constitucional.
Ele estabelece a redução em
mais de 85% do financiamento
privado que cada partido pode
receber, a fim de evitar que "interesses ilegais e ilegítimos, por
meio do dinheiro, possam afetar a vida dos partidos e o curso
das campanhas eleitorais".
Reforma fiscal
O Congresso mexicano também aprovou, ontem à noite,
uma nova Lei Fiscal que tornará mais fortes "as finanças públicas e a vida institucional" do
México, segundo o presidente
Felipe Calderón.
A nova legislação inclui a
criação de um novo imposto de
renda, de 16,5%, a ser pago pelas empresas. O objetivo é incrementar em 2,5% do PIB a
arrecadação fiscal -a carga tributária mexicana é hoje de apenas 12% do PIB, ou um terço da
brasileira. Também foi criado
um imposto de 2% sobre depósitos em papel-moeda.
Para a Confederação Patronal da República Mexicana, as
duas novas leis são "contra o interesse social e a transição democrática do México".
O apoio de Calderón às duas
reformas confirma seu distanciamento do conservadorismo
de seu antecessor, Vicente Fox.
Os dois são do mesmo partido
de direita, o PAN (Partido da
Ação Nacional).
Com agências internacionais
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