São Paulo, Segunda-feira, 15 de Novembro de 1999
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Inteligência de Smith supera limite do teste de QI

de Washington

No último Halloween, dia das bruxas, o menino Gregory Smith, 10, vestiu-se de Albert Einstein, passeou com seus pais de carro e voltou para casa sem os doces que crianças de sua idade normalmente exigem ao tocar a campainha de moradores de seus bairros. "As portas das casas que vi ficavam muito longe da calçada ou escondidas atrás de árvores. Não tive vontade de ir até lá", justificou-se.
A fantasia de Einstein, explicou, foi uma brincadeira. Considerado uma das crianças mais superdotadas dos EUA, Smith ganhou notoriedade nacional e foi recebido pelos programas mais populares da TV norte-americana por ter, com sua pouca idade, ingressado na Randolph Macon, faculdade no Estado da Virgínia localizada a duas horas de Washington.
Smith estuda ciência política, astronomia e medicina. Formalmente, seu QI (quociente de inteligência) é tão alto que ultrapassa o teto de 180 a que se limita o teste. Diferentemente dos países europeus, que consideram superdotadas crianças às vezes sem um QI alto, mas com bom desempenho em áreas como música, liderança e pintura, nos EUA o teste de QI é essencial para definir se uma criança é ou não talentosa.
Nascido no Estado da Pensilvânia, Smith cresceu na Flórida e mudou-se para a Virgínia a convite da Randolph Macon, que deu a ele uma bolsa de US$ 80 mil e comunicou o fato a todos os meios de comunicação.
Smith deu entrevistas ao programa de Larry King, à apresentadora Oprah Winfrey e às maiores revistas e jornais do país.

Contra a violência
Fundou uma organização contra a violência que se baseia no intercâmbio de idéias entre as crianças de todo o mundo. Smith diz que a organização poderá ajudá-lo a ser presidente da República, seu maior objetivo depois de inventar um método para retardar o processo de envelhecimento nas pessoas.
Como em todas as outras histórias de crianças que possuem talentos excepcionais, os pais de Smith dizem ter notado cedo que ele era diferente de outras crianças e esforçam-se em dizer que o projeto de ingressar na faculdade (e de ser presidente) é do menino, não deles.
"Com um ano, ele sabia o alfabeto em sequência. Antes mesmo de completar um ano formulava frases completas como "leia para mim, por favor", disse a mãe, Janet, que mudou-se com o marido para a Virgínia para acompanhar o filho e fica na faculdade durante todo o dia. Eles moram a cinco minutos da faculdade.
Smith mostrou à Folha as instalações da Randolph Macon e seu escritório. Durante a caminhada, sua mãe o orientou a colocar as mãos nos bolsos da calça e a levantar a cabeça. No fim, pediu: "Gostaríamos muito que a reportagem falasse dos esforços de Greg para reduzir o problema da violência no mundo, pois isso é muito importante para ele". (MA)

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