São Paulo, terça-feira, 15 de novembro de 2005

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IRAQUE SOB TUTELA

Saída dos soldados é condicionada à capacidade de Bagdá de "lidar com os problemas de segurança"

Blair anuncia retirada de tropas em 2006

David Furst/France Presse
Iraquianos, um deles estudante, com seus livros, são rendidos por tropas americanas, em Fallujah


DA REDAÇÃO

O primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, anunciou ontem que o país pode começar a retirar suas tropas do Iraque a partir do ano que vem. O anúncio corrobora informação adiantada pelo presidente do Iraque, Jalal Talabani, no último domingo.
Segundo Tony Blair, a retirada dos cerca de 8.500 soldados britânico do Iraque terá início em 2006 se "o trabalho estiver concluído". E o trabalho estará concluído, disse o premiê britânico, quando "as forças iraquianas forem capazes de lidar com os problemas de segurança".
Mais cauteloso que o presidente do Iraque, que chegou a afirmar que todos os soldados britânicos estariam fora do Iraque até o fim de 2006, o secretário da Defesa do Reino Unido, John Reid, disse que a retirada é "um processo que pode começar nos próximos 12 meses. Nós não estamos dizendo que há um prazo inadiável, a despeito de qualquer condição".

Ofensiva
Tropas iraquianas e americanas empreenderam ontem uma ofensiva na cidade de Obeidi, cerca de 300 km a oeste de Bagdá, perto da fronteira com a Síria. Segundo o Exército americano, 50 insurgentes foram mortos no ataque.
Em Bagdá, um carro-bomba explodiu perto da Zona Verde, uma área de segurança em que estão situados o governo iraquiano e o comando das forças americanas, matando duas pessoas e ferindo três. Os mortos e os feridos são sul-africanos que estavam a serviço de uma empresa contratada pelo Departamento de Defesa dos EUA, informou a embaixada do país no Iraque.

Julgamento
A agência de notícias Reuters informou ontem que um dos advogados de dois iraquianos que estão sendo julgados junto com Saddam Hussein deixou o Iraque e pediu asilo ao rei de Qatar.
Segundo a Reuters, que afirma ter recebido por e-mail uma cópia da carta de Thamer Hamoud al Khuzaie ao rei de Qatar, o advogado, que defende Taha Yassin Ramadan e Barzan Ibrahim al Tikriti, está recebendo ameaças.
"Sua alteza", diz trecho da carta, "nós estamos pagando o preço por sermos advogados e representantes da lei."
Dois advogados da equipe que defende Saddam Hussein e pessoas ligadas a ele em julgamento por crimes contra a humanidade, Adil al Zubeidi e Saadoun al Janabi, foram mortos no mês passado.
Al Khuzaie, que aguarda a resposta a seu pedido de asilo, não disse à Reuters onde está.

Com agências internacionais

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