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Ayers afirma que republicanos o demonizaram
DA REDAÇÃO
O professor universitário e
ex-ativista radical de esquerda
William Ayers afirmou ontem
que a campanha republicana o
demonizou na tentativa de prejudicar a candidatura presidencial de Barack Obama.
Em entrevista ao programa
"Good Morning America", que
é exibido nacionalmente pela
rede ABC nos EUA desde 1975,
Ayers falou sobre sua relação
com o próximo presidente e
alegou não considerar terroristas os atos em que esteve envolvido nos anos 60, "porque não
tinham pessoas como alvo, não
visavam matar ou ferir". Ainda
assim, admitiu que seus atos foram "ilegais" e "imorais".
O ativista foi um dos fundadores do Weather Underground, grupo que plantou
bombas no Capitólio, no Pentágono e no Departamento de Polícia de Nova York para protestar contra a Guerra do Vietnã.
Em março de 1970, uma das
bombas explodiu acidentalmente em Nova Yoork, matando três dos membros do grupo.
Durante a campanha, John
McCain explorou a relação entre Ayers e Obama, que vivem a
poucas quadras de distância,
em Chicago. Em um dos debates, acusou o democrata de ter
promovido a candidatura em
evento na casa do ex-ativista.
A governadora do Alasca e vice na chapa republicana, Sarah
Palin, foi ainda mais agressiva,
afirmando mais de uma vez que
Obama "andava por aí com um
terrorista doméstico". Mesmo
depois da derrota no dia 4 de
novembro, ela voltou ao assunto, manifestando preocupação
sobre a relação entre eles.
Na ocasião, em resposta,
Obama minimizou sua relação
com Ayers, a quem qualificou
como "um cara da vizinhança".
Foi exatamente o termo usado
pelo ex-ativista ontem.
Apesar de ter, no posfácio da
última edição de seu livro "Fugitive Days", descrito o presidente eleito como "um vizinho
e amigo da família", Ayers declarou ontem que eles se conheciam "de uma forma profissional, no mesmo nível de milhares de outras pessoas".
Sobre a visita do então candidato, ele afirmou que Obama
"esteve provavelmente numas
20 casas naquele dia".
"A noção de culpado por associação não deveria ter espaço
na política. Essa idéia (...) é um
mito lançado por pessoas que
querem explorar a política do
medo", reclamou Ayers, que
defendeu as ações de que participou contra a Guerra do Vietnã. "Estávamos do lado certo."
Com agências internacionais
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