São Paulo, sábado, 15 de novembro de 2008

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Ayers afirma que republicanos o demonizaram

DA REDAÇÃO

O professor universitário e ex-ativista radical de esquerda William Ayers afirmou ontem que a campanha republicana o demonizou na tentativa de prejudicar a candidatura presidencial de Barack Obama.
Em entrevista ao programa "Good Morning America", que é exibido nacionalmente pela rede ABC nos EUA desde 1975, Ayers falou sobre sua relação com o próximo presidente e alegou não considerar terroristas os atos em que esteve envolvido nos anos 60, "porque não tinham pessoas como alvo, não visavam matar ou ferir". Ainda assim, admitiu que seus atos foram "ilegais" e "imorais".
O ativista foi um dos fundadores do Weather Underground, grupo que plantou bombas no Capitólio, no Pentágono e no Departamento de Polícia de Nova York para protestar contra a Guerra do Vietnã. Em março de 1970, uma das bombas explodiu acidentalmente em Nova Yoork, matando três dos membros do grupo.
Durante a campanha, John McCain explorou a relação entre Ayers e Obama, que vivem a poucas quadras de distância, em Chicago. Em um dos debates, acusou o democrata de ter promovido a candidatura em evento na casa do ex-ativista.
A governadora do Alasca e vice na chapa republicana, Sarah Palin, foi ainda mais agressiva, afirmando mais de uma vez que Obama "andava por aí com um terrorista doméstico". Mesmo depois da derrota no dia 4 de novembro, ela voltou ao assunto, manifestando preocupação sobre a relação entre eles.
Na ocasião, em resposta, Obama minimizou sua relação com Ayers, a quem qualificou como "um cara da vizinhança". Foi exatamente o termo usado pelo ex-ativista ontem.
Apesar de ter, no posfácio da última edição de seu livro "Fugitive Days", descrito o presidente eleito como "um vizinho e amigo da família", Ayers declarou ontem que eles se conheciam "de uma forma profissional, no mesmo nível de milhares de outras pessoas".
Sobre a visita do então candidato, ele afirmou que Obama "esteve provavelmente numas 20 casas naquele dia".
"A noção de culpado por associação não deveria ter espaço na política. Essa idéia (...) é um mito lançado por pessoas que querem explorar a política do medo", reclamou Ayers, que defendeu as ações de que participou contra a Guerra do Vietnã. "Estávamos do lado certo."


Com agências internacionais


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