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Assessor diz que Sarkozy dissuadiu Putin de "pendurar" líder georgiano
BEN HALL
QUENTIN PEEL
DO "FINANCIAL TIMES"
Vladimir Putin, o premiê
russo, queria depor o presidente georgiano, Mikhail Saakashvili, e pendurá-lo "pelas bolas"
depois da invasão russa à Geórgia em agosto, mas o presidente
francês, Nicolas Sarkozy, conseguiu dissuadi-lo.
Essa é a versão dos acontecimentos relatada por Jean-David Levitte, o principal assessor
de política externa de Sarkozy,
em entrevista publicada por
uma revista francesa, um relato
que sustenta a alegação do líder
francês de que ele evitou um
avanço militar russo para ocupar a capital georgiana, Tbilisi.
Levitte diz que quando Sarkozy viajou a Moscou em 12 de
agosto para negociações de
emergência com o presidente
russo, Dmitri Medvedev, e Putin, dias após o início do conflito, Putin lhe disse: "Quero pendurar Saakashvili pelas bolas".
"Pendurar?", interrompeu
Sarkozy, espantado.
"Por que não?", respondeu
Putin. "Os americanos enforcaram Saddam Hussein."
"Mas você quer terminar como [George W.] Bush?", perguntou Sarkozy.
Putin aparentemente parou
para pensar e disse: "Bem, você
tem razão quanto a isso".
Levitte disse à revista "Nouvel Observateur" que esse diálogo ajudou a persuadir Putin a
deixar de lado sua idéia de invadir completamente a Geórgia.
Sarkozy, que como ocupante
da presidência rotativa da
União Européia liderou os esforços ocidentais para conseguir um cessar-fogo no conflito
da Geórgia, alguns meses atrás,
foi acusado de ceder demais ao
Kremlin. Tropas russas continuarão a ocupar as os territórios separatistas georgianos da
Ossétia do Sul e da Abkházia.
Os críticos de Sarkozy duvidam que a Rússia pretendesse
de fato ordenar o avanço de
seus tanques para a capital
georgiana. O presidente francês defendeu seu papel como
mediador da paz, anteontem, e
se referiu de maneira deliberada a ausência diplomática de
Washington durante o conflito.
Discursando ao receber um
prêmio por "coragem política",
Sarkozy declarou que, "quando,
em 8 de agosto, foi necessário
visitar Moscou e Tbilisi, quem é
que se ergueu em defesa dos direitos humanos? Foi o presidente dos Estados Unidos que
declarou que aquilo era inaceitável? Ou foi a França que manteve diálogo com Putin, Medvedev e Saakashvili?".
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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