São Paulo, sexta-feira, 15 de dezembro de 2000

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Com Bush, FHC prevê "século das Américas"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso enviou mensagem de congratulações ao presidente eleito dos EUA, George W. Bush, dizendo que os dois países estão "diante de uma excepcional oportunidade".
Segundo a nota de FHC, o "aprofundamento do diálogo" entre Brasil e EUA representa a chave para "a consolidação da democracia e da paz", a "redução das desigualdades e a "promoção da prosperidade compartilhada nas Américas".
FHC afirmou que as condições para transformar o próximo século no "século das Américas" já estão colocadas.
O presidente brasileiro justificou a expectativa dizendo que Bush colocou "as relações hemisféricas como uma das prioridades de sua agenda de política externa".
"É com justificável expectativa que nos dispomos a trabalhar para transformar em realidade essa generosa perspectiva", afirmou o presidente.

Nem melhor nem pior
Em Florianópolis, onde participa de um encontro de países do Mercosul, o presidente FHC foi evasivo ao comentar a vitória de Bush.
"O Brasil não tem de opinar se é melhor ou pior. Nós temos é que tratar de defender os nossos interesses com muita tranquilidade e muita firmeza", disse FHC.
"Problema, se é melhor ou pior, é questão interna norte-americana."
Para o presidente, qualquer que fosse o escolhido para presidir os Estados Unidos não traria diferença para o Brasil.
"Nós vamos ter um bom relacionamento, qualquer que seja o presidente", afirmou. "E vamos colocar sobre a mesa aquilo que nos interessa e esperar a reação", completou.

Bush era o preferido
Durante a campanha eleitoral norte-americana havia uma predileção de diplomatas brasileiros pela vitória do republicano Bush, devido às alianças do seu adversário Al Gore (democrata) com grupos norte-americanos considerados protecionistas.
Na época, os diplomatas diziam que, aparentemente, Bush seria menos protecionista que Gore.
Mas eles não deixaram de lembrar que, com a vitória de qualquer um dos dois, o Brasil terá de enfrentar difíceis negociações com os Estados Unidos para garantir uma Alca (Área de Livre Comércio das Américas) que não ignore os interesses brasileiros.


Colaborou William França, enviado especial a Florianópolis


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