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Com Bush, FHC prevê "século das Américas"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Fernando
Henrique Cardoso enviou
mensagem de congratulações ao presidente eleito dos
EUA, George W. Bush, dizendo que os dois países estão "diante de uma excepcional oportunidade".
Segundo a nota de FHC, o
"aprofundamento do diálogo" entre Brasil e EUA representa a chave para "a consolidação da democracia e da
paz", a "redução das desigualdades e a "promoção da
prosperidade compartilhada nas Américas".
FHC afirmou que as condições para transformar o
próximo século no "século
das Américas" já estão colocadas.
O presidente brasileiro
justificou a expectativa dizendo que Bush colocou "as
relações hemisféricas como
uma das prioridades de sua
agenda de política externa".
"É com justificável expectativa que nos dispomos a
trabalhar para transformar
em realidade essa generosa
perspectiva", afirmou o presidente.
Nem melhor nem pior
Em Florianópolis, onde
participa de um encontro de
países do Mercosul, o presidente FHC foi evasivo ao comentar a vitória de Bush.
"O Brasil não tem de opinar se é melhor ou pior. Nós
temos é que tratar de defender os nossos interesses com
muita tranquilidade e muita
firmeza", disse FHC.
"Problema, se é melhor ou
pior, é questão interna norte-americana."
Para o presidente, qualquer que fosse o escolhido
para presidir os Estados
Unidos não traria diferença
para o Brasil.
"Nós vamos ter um bom
relacionamento, qualquer
que seja o presidente", afirmou. "E vamos colocar sobre a mesa aquilo que nos interessa e esperar a reação",
completou.
Bush era o preferido
Durante a campanha eleitoral norte-americana havia
uma predileção de diplomatas brasileiros pela vitória do
republicano Bush, devido às
alianças do seu adversário Al
Gore (democrata) com grupos norte-americanos considerados protecionistas.
Na época, os diplomatas
diziam que, aparentemente,
Bush seria menos protecionista que Gore.
Mas eles não deixaram de
lembrar que, com a vitória
de qualquer um dos dois, o
Brasil terá de enfrentar difíceis negociações com os Estados Unidos para garantir
uma Alca (Área de Livre Comércio das Américas) que
não ignore os interesses brasileiros.
Colaborou William França, enviado especial a Florianópolis
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